O dólar recuou mais de 1% nesta segunda-feira e fechou em baixa pela quinta sessão consecutiva, derrubado por ingressos de recursos e pelo otimismo dos investidores.
A divisa norte-americana terminou o dia a R$ 2,25, com declínio de 1,36%. Nem mesmo a compra de dólares pelo Banco Central perto do fechamento conseguiu conter a desvalorização da moeda norte-americana.
“Ao longo do dia já teve alguma entrada (de divisas) e o mercado que já vinha otimista, intensificou esse movimento hoje”, afirmou Flávio Ogoshi. A autoridade monetária aceitou 11 propostas no leilão de compra, e fixou a taxa de corte em R$ 2,2575. Já no leilão de swap cambial reverso, o BC vendeu a oferta total de 8.800 contratos, em uma operação equivalente a US$ 417 milhões.
Na opinião da diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, as atuações do Banco Central têm servido apenas para conter um declínio mais acentuado do dólar, mas não conseguem provocar um ajuste para cima. “Ele não consegue fazer frente a todo esse cenário positivo e benéfico para o Brasil, ele tem suas limitações”, comentou a diretora.
Entre os principais motivos de otimismo para o mercado doméstico está o recente declínio do risco Brasil, que segue abaixo dos 300 pontos-básicos sobre os Treasuries, e a perspectiva de que o fim do aperto monetário nos Estados Unidos está próximo.
Com isso, o diferencial em relação aos juros brasileiros permanecerá elevado e atrativo ao investidor estrangeiro e também a movimentos de arbitragem.
Nesta tarde, o risco-país, medido pelo banco JP Morgan, cedia 1 ponto, para 284 pontos-básicos sobre os títulos do Tesouro norte-americano.
Mas Miriam Tavares ponderou que o volume efetivo de ingressos ainda não é grande, e o que influencia mais na queda do dólar é a expectativa de futuros ingressos, principalmente das recentes captações privadas anunciadas.