A forte queda das bolsas de valores prevaleceu no mercado de câmbio e o dólar fechou em alta nesta quarta-feira após uma sessão volátil. A moeda norte-americana subiu 0,29%, para R$ 1,741. No mês, o dólar registra alta de 0,17%.
O mercado de câmbio se viu dividido nesta sessão por dois movimentos diferentes no cenário externo. De um lado, a queda generalizada do dólar ante outras moedas. De outro, a baixa de mais de 1% das bolsas de valores nos Estados Unidos.
O tombo de Wall Street ocorreu por uma combinação de fatores: petróleo perto de US$ 100, temor de novos problemas no setor bancário e a própria desvalorização do dólar diante das principais moedas.
O euro, por exemplo, bateu novo recorde, acima de US$ 1,47. A libra esterlina e o franco suíço também operaram em níveis que não eram vistos há vários anos.
O que motivou essa queda do dólar no exterior foram comentários de um importante parlamentar chinês, que defendeu que as trilionárias reservas internacionais do país tenham uma proporção menor de dólares.
Com a atenção dividida no exterior, o mercado não conseguiu definir uma tendência clara para o dólar nesta sessão. Na mínima do dia, a moeda chegou a ser negociada a R$ 1,728 no pregão à vista da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Na máxima, o dólar atingiu R$ 1,744.
“De manhã (o dólar) esteve um pouco em alta, ao longo da tarde foi caindo, e teve agora uma pequena subida mais em função de ajustes e das bolsas lá fora e mesmo aqui estarem bastante mal”, disse Marcos Forgione, analista da Hencorp Commcor Corretora.
Mas, apesar do braço-de-ferro no cenário externo, a dinâmica interna do mercado manteve a pressão de queda sobre o dólar por causa da contínua entrada de moeda no país.
Dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira ilustraram esse movimento. Em outubro, o país registrou fluxo cambial positivo de US$ 6,722 bilhões – resultado que marca uma recuperação após o dado praticamente equilibrado de setembro. No ano, a entrada líquida de moeda já supera US$ 76 bilhões.
“(O fluxo) deu uma reduzida nesses 2 últimos meses por conta do subprime (crédito de alto risco nos Estados Unidos). Mas mesmo com notícias de Citibank e Merrill Lynch, as coisas estão voltando ao normal”, disse Forgione, em referência à recente queda dos presidentes do maior banco e da maior corretora dos Estados Unidos.