Um levantamento geológico de 54 mil quilômetros quadrados na área de nove municípios do Noroeste de Mato Grosso, como Aripuanã e Juína, detectou 881 pontos de afloramento mineral na região, ou seja, locais onde existem metais como ouro, cobre, prata, ferro, ou mesmo cálcio e calcário. A área se configura como um dos principais resultados do Projeto Noroeste, apresentado pelo Governo do Estado. O setor privado de mineração já investiu mais de U$ 70 milhões no Estado desde que o estudo da região começou em 2004.
Mato Grosso é o segundo Estado do país em participação dos recursos nacionais no que se refere ao estudo do subsolo. A participação na área de pesquisado do Governo do Estado é de 40%, a mais alta do país, enquanto o Governo Federal financia 60% das pesquisas. “Isso mostra a visão empresarial que se tem hoje no Estado. É onde mais se investe no país. A resposta está sendo e vai continuar sendo muito forte”, comentou o diretor de Geologia e Recursos Minerais do CPRM, Manoel Barreto
Os levantamentos mais específicos começaram em 2004, e apontam que hoje 42% do subsolo mato-grossense está sendo estudado, o que é muito, analisando que nem todos os pontos do Estado tem minerais passíveis de exploração. “Cabe ao Estado fornecer informações seguras e confiáveis sobre os recursos disponíveis no subsolo para que as empresas de mineração possam investir. Este levantamento está mostrando o potencial de Mato Grosso”, explicou o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan.
Ele citou projetos que estão sendo desenvolvidos em outras regiões do Estado, que surgiram a partir de levantamentos geológicos feitos pelo poder público, como a Mineração Serra da Borda, no município de Nova Lacerda (546 km a Oeste da capital), onde o investimento direto privado foi de U$ 50 milhões e gera 800 empregos. O setor de mineração é responsável por 6% do produto interno bruto (PIB) do país.
Outro ponto lembrado por Furlan está na questão ambiental. Para o secretário, a evolução tecnológica representa a segurança da exploração, uma vez que realizada por empresas especializadas e com compromisso social, a área de atuação é pequena, pontual. Uma vez que o minério é retirado, a empresa é obrigada a recuperar a região, além dos projetos sociais que necessita desenvolver durante a exploração em si.
O Projeto Noroeste foi feito em uma escala de 1:250 mil, ou seja, cada centímetro no mapa que foi apresentado equivale a área real de 2,5 quilômetro quadrado em campo. Para dar uma noção do trabalho, os levantamentos geológicos de todo o Estado estão na escala de 1:1 milhão. O mapa não é estático, estando no formato digital. Cada ponto pesquisado dispõe de informações técnicas sobre o solo, embasadas com análises químicas e constatações feitas pelos profissionais do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em parceria com a Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme).