A indústria de arroz em Sinop, segue em ritmo normal de produção, mas a expectativa de uma nova classificação já causa apreensão em toda a cadeia orizícola. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está discutindo uma nova classificação para o arroz de padrões internacionais. Significa que o arroz tipo 1, o agulhinha produzido em Mato Grosso hoje, se transformaria em tipo 2. Segundo o gerente de uma empresa beneficiadoraque produz cerca de 2 mil toneladas de arroz por mês, Wilson José Schneider, uma nova classificação vai prejudicar todo o Estado.
“Nosso arroz vai cair para tipo dois”, lamentou. Segundo os industriais, a classe política deve comprar essa briga e não deixar isso acontecer, caso contrário, vai desestimular ainda mais a cultura em Mato Grosso. A indústria que ele gerencia, às margens da BR-163, está trabalhando com força total. O preço do produto, na avaliação de Wilson, está bom para o produtor, na faixa de R$31. “Perdemos mercado, pela questão da logística, por causa da entrada de arroz importado e do baixo preço do arroz no Rio Grande do Sul”, analisou.
Avibar Ribeiro Costa, gerente comercial de uma beneficiadora de grande porte, que industrializa de 140 a 150 mil fardos por mês, também concorda que essa nova classificação vai ser prejudicial. “O arroz produzido em Mato Grosso vai cair de tipo 1 para tipos 2 e 3. Para quem já ocupou a segunda posição no país, em termos de produção de arroz esse é mais um entrave”, ressaltou.
A classificação atual do arroz brasileiro tem mais de 15 anos. A indústria defende que em vez de reclassificar os tipos do grão de hoje, o Mapa crie um novo tipo, denominado de extra, por exemplo. A intenção do ministério é fazer uma classificação de padrões internacionais visando melhora na exportação.
A classificação do arroz se dá pela quantidade de grãos quebrados que ele apresenta. O tipo 1 pode ter no máximo 10% de grãos quebrados. O que o Mapa propõe é que o tipo 1 só tenha até 4% de grãos quebrados. A nova classificação está em estudos. A previsão é que a definição só saia no meio do ano que vem.