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Artesãos buscam expandir mercado para produção mato-grossense

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A produção de artesanato, flores tropicais, produtos orgânicos e biojóias, entre outros produtos de Mato Grosso está sendo preparada para entrar no mercado do comércio justo, uma tendência mundial de consumo pautada pela ética e respeito ao meio ambiente, que privilegia produtos e serviços ecologicamente corretos e socialmente justos.

De acordo com um levantamento realizado pela SENAES – Secretaria Nacional de Economia Solidária, em 2005, foram identificados 14.954 Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) em 2.274 municípios do Brasil, o que corresponde a 41% dos municípios brasileiros. Mais de 50% dos EES vendem para o comércio local comunitário e 50% em mercados/comércios municipais. Apenas 7% alcançam o território nacional e 2% o mercado externo. Os principais desafios enfrentados pelos EES são dificuldades na comercialização (61%), no acesso a crédito (49%) e no acompanhamento, apoio ou assistência técnica (27%).

O comércio justo certificado beneficiou em 2005 aproximadamente um milhão de agricultores e trabalhadores em mais de 50 países. No mesmo ano, o número de organizações de produtores certificadas subiu 18%, de 432 no final de 2004 para 508. Todas as linhas de produtos também cresceram, puxados pelo café, com 70,9% nos EUA e 35% no Reino Unido. Na Áustria as bananas cresceram 46% e na França, o açúcar 125%.

Os principais mercados hoje são os EUA, o Reino Unido, a Suíça, a França e a Alemanha. Na gama de produtos certificados destacam-se cafés, chás, arroz, cacau, mel, açúcar e frutas frescas, além de produtos manufaturados como bolas de futebol. Desde o final de 2005, inclui também o vestuário de algodão certificado, que é vendido em mais de 3.000 lojas em todo o mundo e entre 80.000 a 100.000 pontos de venda convencionais, incluindo supermercados e lojas de produtos naturais.

Com o objetivo principal de estabelecer um contato direto entre o produtor e o comprador e tirá-lo da dependência de atravessadores e das instabilidades do mercado global de commodities, a relação comercial precisa obedecer a princípios exatos para que possa ser considerada “justa”.

O Comércio Justo é uma parceria comercial baseada em diálogo, transparência e respeito que contribui para o desenvolvimento sustentável através de melhores condições de troca e garantia dos direitos para produtores e trabalhadores marginalizados, define Johann Scneider, especialista em Marketing Estratégico e Internacional que será um dos palestrantes do Seminário Internacional de Comércio Justo e Solidário, promovido pelo Sebrae-MT, em Cuiabá, nos próximos dias 2 e 3 de outubro.

Para receber a classificação de Comércio Justo, produtores e empresas precisam seguir os seis princípios que norteiam a atividade. São eles: transparência e co-responsabilidade na gestão da cadeia produtiva e comercial, relação de longo prazo que oferece treinamento e apoio aos produtores e acesso às informações do mercado; pagamento de preço justo no recebimento do produto, além de um bônus, que deve beneficiar toda a comunidade, e financiamento quando necessário; produtores organizados em cooperativas; legislação e normas (p. ex. trabalhistas) nacionais e internacionais respeitadas e crianças na escola, além de respeito ao meio ambiente.

“O Comércio Justo é viabilizado pelo consumidor consciente”, explica Johann Schneider. Para Schneider, é o consumidor mais crítico e muitas vezes frustrado com as conseqüências da globalização, sentidas também em seu próprio ambiente socio-económico, que está buscando e apoiando novas alternativas. “Ele está cada vez mais ciente de seu poder de escolha, disposto a pagar mais por produtos de valor social agregado e, até mesmo, boicotar empresas que não respeitem seus valores”, conclui.

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