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Mato Grosso pode superar barreiras e ampliar produção de etanol

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A ampliação da produção de cana-de-açúcar, em Mato Grosso, a partir de 2008, poderá garantir, até 2011, o volume necessário para o transporte de etanol por meio do poliduto. São 2,8 bilhões de litros de biocombustiível estimados pela Transpetro (subsidiária de transporte e logística da Petrobras) para viabilizar que o estado faça parte do poliduto que sairá de Paranaguá, no Paraná, e passa por Mato Grosso do Sul. “É perfeitamente possível atingir este índice de produção desde que haja uma adequação da legislação ambiental do estado às novas tecnologias utilizadas atualmente pelo setor sucroalcooleiro”, aponta o presidente em exercício da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) Normando Corral que participou do seminário Etanol Mato Grosso/Brasil – Oportunidades e Desafios, nesta semana, em Cuiabá.

A questão ambiental é um dos grandes desafios a serem superados para que a economia mato-grossense não fique fora do mercado mais promissor, do momento. De acordo com Normando Corral, aqui se produz com consciência ambiental mais do que em qualquer outro lugar do mundo. “Se, eventualmente, alguns erros foram cometidos, podemos corrigir. Queremos produzir açúcar, álcool e bioenergia de forma ambientalmente correta e socialmente justa”, assegura o presidente em exercício da Famato. A tendência natural, segundo ele, é a produção e colheita mecanizadas, já a industrialização desta matéria-prima em uma usina, concretiza o processo de verticalização imprescindível para o desenvolvimento do estado.

Na safra 2007/2008, a cana-de-açucar ocupa 220 mil hectares no estado e o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), prevê uma produção de 800 milhões de litros de álcool nas onze usinas instaladas aqui. Portanto, será preciso praticamente triplicar a produção de etanol para atingir o volume exigido pela Transpetro.

“O estado de Mato Grosso tem o maior potencial para produção de etanol no Brasil”, reconhece o presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Ao todo, os três estados – Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, terão que atende a uma demanda de 4 bilhões de litros de biocombustível para que subsidiária da Petrobrás invista na construção do poliduto. “O Brasil não pode perder esta oportunidade, mas temos que ter o compromisso de produção. Não podemos nos dar ao luxo de colocar uma infraestrutura sem o produto. O diálogo neste sentido está sendo feito”, destaca Sérgio Machado.

A logística de transporte, assim como a questão ambiental, é outro gargalo que impede o avanço do setor sucroalcooleiro em território mato-grossense. O poliduto ao transportar diversos tipos de combustível vai acarretar a redução de custos do diesel e da gasolina e, neste caso, um terceiro entrave – a tributação – também terá solução. “Quanto maior a produção, menor a alíquota de imposto”, afirma o secretário de Estado de Industria, Comércio, Mineração e Energia (Sicme), Alexandre Furlan.

Estudos estão sendo realizados nestes três aspectos – ambiental, infraestrutura e tributação. Duas usinas – em Sorriso e Alto Taquari – já foram licenciadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), de acordo com o secretário, Luiz Henrique Daldegan. Uma clara demonstração de que as perspectivas são promissoras.

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