O aumento de até 10% no pãozinho francês, motivado pelo baixo estoque de trigo nas indústrias que fabricam e distribuem a farinha, principal matéria-prima, ainda não influenciou os preços em algumas panificadoras, que vendem o quilo por R$6,50. O reajuste foi recomendado pela Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip).
Em pelo menos quatro estabelecimentos apurados, não foi confirmada a adequação. O empresário Miguel Reus, por exemplo, explicou que haverá um acréscimo de R$0,50 no quilo do pão, que será vendido por R$6,50. Ele explicou que a falta do produto no mercado refletiu ao comprar a matéria-prima, que vem de Santa Catarina. “Será aumentado pois a falta de trigo torna o produto mais caro. O saco com 50kg era comprado por R$60”, destacou.
Na busca pelos melhores preços, alguns consumidores recorrem aos supermercados, que até o momento mantêm o preço de R$5,50. Em uma rede, há pelo menos 12 meses não houve reajuste. Em outra, o responsável informou houve apenas uma correção no quilo do bolo – que também deriva do trigo. De R$11,45 passou para R$12,50.
A ausência do trigo no mercado nacional pode ser explicada pela suspensão da importação do trigo argentino. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país é o responsável por mais de 90% das importações de trigo brasileiro. Em março, a Argentina suspendeu as exportações de trigo em grão, alegando proteção ao abastecimento interno.
Com essa decisão, o Brasil teve que recorrer a outros mercados, em especial Canadá e EUA. Os grãos comprados desses países estão sujeitos à tarifa externa comum (TEC), imposto que aumenta os preços em 10% – nas transações entre os países do Mercosul, a taxa não é cobrada, de acordo com a Agência Brasil.