O dólar aproveitou o clima favorável nos mercados estrangeiros e fechou em queda nesta segunda-feira, influenciado pelo fluxo cambial positivo. A moeda norte-americana encerrou em baixa de 0,73%, vendida a R$ 1,916. “A tendência natural do dólar é de depreciação, considerando que o fluxo é totalmente positivo e que não há fatores imediatos sugerindo movimento reversivo dos capitais estrangeiros investidos no mercado financeiro”, avaliou a corretora NGO em relatório.
O fluxo cambial positivo, que nos cinco primeiros meses de 2007 praticamente se igualou ao acumulado em todo o ano passado, é gerado em parte pelo forte superávit da balança comercial, que bateu novo recorde no primeiro semestre deste ano.
Apesar do crescimento das importações, o país teve saldo comercial positivo de US$ 20,662 bilhões, ante US$ 19,545 bilhões no mesmo período do ano passado.
A contínua entrada de dólares no País também é explicada pelo fluxo financeiro, atraído pela taxa de juros praticada no Brasil. Segundo trabalho do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a política monetária é uma das principais razões para que o real se mantenha “desalinhado” em relação ao dólar desde meados de 2005.
“Essa evolução da taxa de câmbio… está diretamente relacionada à evolução da política econômica, que optou por promover uma valorização da taxa de câmbio e uma política de acumulação de reservas”, afirma o estudo “Qual é o desalinhamento cambial?”.
A queda do dólar nesta sessão foi facilitada pelo forte alta das bolsas de valores dos Estados Unidos. Os principais índices avançavam com aquisições no setor de telecomunicações e com um indicador que mostrou recuperação do setor manufatureiro em junho.
“Lá fora, os dados… mostraram que a atividade (manufatureira) está ligeiramente acima do que o mercado estava prevendo”, disse Rodrigo Ferreira, operador do Banco Alfa de Investimento.
O bom humor marcou o início de uma semana mais tranqüila nos mercados norte-americanos, que comemoram na quarta-feira o feriado da Independência. Na semana passada, a reunião do Federal Reserve, preocupações com o setor de crédito imobiliário e uma agenda carregada de dados trouxeram volatilidade para os negócios, o que contaminou o mercado de câmbio no Brasil.
No final da sessão, o Banco Central realizou o já tradicional leilão de compra de dólares no mercado à vista. A autoridade monetária definiu corte a R$ 1,9165 real e, segundo operadores, aceitou pelo menos seis propostas.
(Atualizada às 15h58)