O dólar recuou nesta quarta-feira, acompanhando a trégua nos mercados estrangeiros depois das perdas dos últimos dias. O patamar mais elevado da divisa com as recentes altas também atraiu vendedores.
A moeda norte-americana encerrou em baixa de 0,51%, vendida a R$ 1,944. Logo na abertura, o dólar atingiu máxima de R$ 1,966. “(O dólar) abriu forte, mas acabou recuando um pouco em função do próprio mercado. Teve bastante entrada”, disse José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.
“A gente notou que teve bastante vendedores. Como o pessoal acabou auferindo algum lucro (com a recente alta do dólar), preferiu contabilizar esse lucro”, disse. A melhora nas bolsas de valores nos Estados Unidos, que reverteram a queda do início da sessão e operavam em alta à tarde, abriu espaço para mais ajustes no mercado de câmbio.
Carlos Alberto Postigo, operador de câmbio da corretora Action, ressaltou que os investidores começaram a vender dólares já no final da manhã, quando as ações ainda recuavam em Wall Street.
“(O mercado) está bastante cauteloso. (Mas) como estamos num preço muito alto… o próprio mercado no dólar futuro vai se ajustando”, disse o operador.
O destaque entre os dados divulgados nesta quarta-feira ficou para a posição de câmbio dos bancos. Números do Banco Central mostraram que a posição vendida em dólar dos bancos –aposta em queda da moeda norte-americana– bateu recorde em maio, em US$ 15,79 bilhões.
O valor foi mais que o dobro do registrado no mês anterior e o maior resultado desde o início da série histórica do BC, em 1994.
No começo de junho, a autoridade monetária mudou algumas regras no mercado de câmbio por conta do forte aumento nas posições vendidas. Entre as principais medidas, o BC reduziu o limite de exposição cambial dos bancos de 60 por cento para 30 por cento do patrimônio de referência das instituições.
No final da sessão, o BC realizou leilão de compra de dólares no mercado à vista e, segundo operadores, aceitou pelo menos quatro propostas.
(Atualizada às 16h11)