Assim como outros segmentos da economia, indústrias de móveis de Mato Grosso também enfrentam problemas com o transporte. A questão é apontada pelos empresários como o principal gargalo para o desenvolvimento da atividade no Estado. Em uma primeira reunião entre representantes do segmento, realizada em Cuiabá, os transportadores se comprometerem a encaminhar propostas para viabilizar o transporte de móveis.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis do Norte de Mato Grosso (Simonorte), Mauro Feronato, diretor da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), explica que a ausência de um transporte eficiente e de qualidade compromete o desenvolvimento do setor que está começando e que não vai se consolidar caso esta dificuldade não seja vencida. Segundo ele, falta ainda treinamento dos trabalhadores na hora de carregar e descarregar os caminhões, o que danifica os produtos trazendo prejuízos enormes. “Cinco empresas de Cuiabá que já vendiam para fora do Estado, tiveram que parar, por causa do alto volume de avarias nas peças”, disse, acrescentando que, além dos prejuízos na própria venda, estes problemas levam à perda de clientes, o que é mais grave.
Feronato enfatiza que hoje as empresas têm poucas opções para que seus produtos cheguem aos clientes. “Quando se trata de uma empresa maior, ela cria a própria transportadora ou freta caminhões fechados”, explica. No entanto, esta prática inviabiliza a instalação e consolidação de pequenas e médias empresas no Estado. Para estas, as opções são trabalhar de forma associada se unindo para mandar a mercadoria em um mesmo caminhão ou dividir o transporte com outras cargas.
As duas alternativas, não são apontadas por ele como as melhores, especialmente porque causa a deficiência no manejo dos móveis, o que resulta em muitas devoluções de peças, motivadas pelos defeitos provocados, como ranhuras, amassados, riscos. “Uma solução paliativa é fazer embalagens para o transporte dos móveis, o que aumenta o custo do produto e o pior é que este valor está sendo subsidiado pelas empresas para um investimento para conquistar mercado”, reafirma.
Alta Floresta, que tem uma população de aproximadamente 60 mil habitantes, é sede de 40 empresas de móveis, sendo que destas, 15 vendem para outras regiões de Mato Grosso e outros Estados. O setor gera 500 empregos diretos.