Estudo da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) revela que o agronegócio é o setor mais importante no comércio entre o Brasil e o mundo árabe. Em 2005, ano de realização da I Cúpula América do Sul- Países Árabes, as trocas comerciais alcançaram valor recorde de US$ 10,5 bilhões – um crescimento de 28,3% em relação a 2004. As exportações brasileiras para a região aumentaram 29% em relação a 2004, totalizando US$ 5,2 bilhões. Já as compras feitas pelo Brasil nos 22 países da Liga Árabe tiveram incremento de 28%, totalizando US$ 5,3 bilhões.
Só o agronegócio respondeu por 66% das exportações brasileiras, com destaque para o açúcar (34%) e a carne bovina (23%). Quanto às compras brasileiras, 92% foram petróleo – a elevação dos preços do petróleo no mercado internacional foi o principal motivo para o crescimento das importações brasileiras dos países árabes.
Em 2006, o intercâmbio comercial entre o Brasil e os 22 países da Liga Árabe atingiu novo recorde histórico: US$ 12,042 bilhões, com crescimento de 14,47% em relação a 2005. Pela primeira vez, o Brasil apresentou saldo positivo significativo, de US$ 1,302 bilhão – poucas vezes o país foi superavitário, e o maior saldo já alcançado foi de US$ 308 milhões, em 2002. Segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, o resultado se deve, principalmente, à auto-suficiência alcançada pelo Brasil na produção de petróleo – principal item importado dos países árabes.
O documento da CCAB mostra ainda que, pelo terceiro ano consecutivo, as exportações brasileiras para os países árabes cresceram mais do que as exportações do Brasil para o mundo em 2006. As vendas para a Liga Árabe subiram 28,13% em relação a 2005, diante de um incremento de 16,20% no total de exportações brasileiras para o mundo todo. O Brasil exportou US$ 6,672 bilhões aos países árabes em 2006, equivalentes a 4,85% do total de embarques brasileiros para o exterior. As importações brasileiras dos países árabes também registraram seu maior valor, apesar da elevação de apenas 1,08% frente a 2005. os embarques totalizaram US$ 5,369 bilhões, que representam 5,87% do total de compras brasileiras em outros países.
Somados, os 22 países que integram a Liga Árabe aparecem como quarto destino de produtos brasileiros, atrás apenas de Estados Unidos, Argentina e China e a frente de países como Holanda (que ocupava essa posição em 2005), Alemanha, México, Chile, Japão e Itália. No ranking de fornecedores brasileiros, a Liga Árabe só perde, em, cifras, para Estados Unidos, Argentina, China e Alemanha.
Entre os árabes, a Arábia Saudita foi o principal destino de produtos brasileiros em 2006, com importações da ordem de US$ 1,485 bilhão (23,44% a mais que em 2005). O Egito foi o segundo maior comprador de produtos brasileiros no mundo árabe, com importações de US$ 1,349 bilhão, (alta de 55,42% em relação a 2005). Apesar de valores menores, outros países apresentaram incremento ainda maior nas compras de produtos brasileiros. As vendas brasileiras para o Iraque subiram 206,02% na comparação com 2005. Para Djibuti, o crescimento foi da ordem de 82,34%. Os principais produtos embarcados para o mundo árabes foram açúcares e produtos de confeitaria (US$ 2,152 bilhões), carnes (US$ 1,553 bilhão), minérios, escórias e cinzas (US$ 630,23 milhões), aeronaves e suas partes (US$ 443,757 milhões), veículos automóveis e suas partes (US$ 348,77 milhões), máquinas mecânicas (US$ 212,68 milhões), produtos químicos inorgânicos (US$ 141,85 milhões) e ferro aço (US$ 117,72 milhões).
Com relação às compras brasileiras no mundo árabe, a pesquisa aponta a Argélia como o principal fornecedor para o Brasil, com US$ 1,975 bilhão do total de importações daquela região, seguido da Arábia Saudita (US$ 1,616 bilhão). Os mercados que mais incrementaram as compras de produtos brasileiros foram Bahrain (com cifra 300 mil vezes superior ao total importado em 2005), Mauritânia (1.584%), Líbia (739,10%), Emirados Árabes Unidos (350,93%), Jordânia (180,76%), Catar (141,9%) e Omã (124%).
Combustíveis e óleos minerais responderam por 90,8% das compras brasileiras no mundo árabe em 2006, totalizando US$ 4,88 bilhões. Também integram nossa pauta de importações adubo ou fertilizantes (US$ 217,47 milhões), produtos químicos inorgânicos (US$ 84,37 milhões) e sal, enxofre, terras, pedras, gesso, cal e cimento (US$ 68,022 milhões). Destaque para o grande aumento de compras brasileiras em determinados segmentos: peixes e frutos do mar (crescimento de 3.624% em relação a 2005), produtos químicos orgânicos (2.073%), vidro e suas obras (92,88%), instrumentos e aparelhos de óptica e fotografia (665,98%), alumínio e suas obras (410,03%) e vestuário e seus acessórios, exceto de malha (204,77%)