Técnicos russos devem fazer hoje inspeções em frigoríficos da região para avaliar as condições de sanidade e habilitar novas empresas para exportar carne bovina ao país. Um deles é o Frialto, de Sinop, que exporta cerca de 50% de sua produção, sendo parte dela para o mercado russo. Uma das preocupações do setor é com a cogitação do possível embargo do produto brasileiro em solo russo, devido a presença de febre aftosa em rebanhos do Mato Grosso do Sul e, recentemente, na Bolívia, que faz divisa com Mato Grosso. O tratado entre Brasil e a Rússia prevê que se o Estado exportador ou vizinho apresentar casos da doença, o comprador pode suspender a transação.
O empresário Paulo Bellincanta defende que não há motivos para uma nova retaliação do mercado russo a carne mato-grossense. “O país está tomando todas as medidas técnicas de sanidade e os cuidados que nos credenciam para exportar”, enfatizou. Durante a visita, o técnico visita todas as instalações, local de abate, e, posteriormente, emite um relatório sobre as condições da unidade. Também estão sendo vistoriados frigoríficos de Cuiabá, Juara e Vila Rica.
Entre 2005 e 2006, o setor sofreu com a restrição da Rússia e outros países à carne brasileira, após a ocorrência de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná, que também resultou na queda dos preços no mercado interno. Mato Grosso possui o maior rebanho bovino comercial do país, com 27 milhões de cabeças, e está há 11 anos livre da febre aftosa. O último foco foi registrado em 1996, em Colíder (150 km de Sinop).