Os produtores rurais de Sorriso, município campeão mundial na produção individual de soja, continuam explorando bastante o mercado externo pra vender a safra. Nem mesmo as oscilações do dólar cada vez mais para baixo, estão atrapalhando as vendas para os principais países compradores: China, Itália, Estados Unidos, Grécia, Bélgica, Holanda e Japão. Somente em fevereiro, foram movimentados na balança comercial, US$8,9 milhões decorrentes de exportação em Sorriso. A oleaginosa, dominou 81% desse total, somando US$8,16 milhões. Outros produtos vendidos lá fora foram madeira (10%) algodão (2,61%) e portas (1,16%).
Mas mesmo já tendo negociado 72% da produção, os sojicultores estão longe de ver os lucros. Segundo o corretor de commodities Antônio Sérgio de Lima, a maior parte da soja exportada foi repassada às traddings, para saldar dívidas antigas, da safra anterior. Porém, o preço oferecido em fevereiro foi até acima do mercado, na faixa de R$23,5. “Há três safras, os produtores vêm sofrendo e rolando dívidas com as traddings, que se tidas agora como as maiores vilãs dos produtores. Esses contratos, em sua maioria, foram firmados ainda no ano passado”, explicou o corretor.
O secretário de Agricultura de Sorriso, Fabiano Marson, acredita que esse aumento nas exportações ocorreu porque “o mercado internacional agiu cedo devido as perpectivas de consumo e a alta do etanol. Sorriso e Lucas são os municipios que primeiro colhem. Além disso, estamos entre as poucas regiões do Brasil que produzem bastante soja convencional, que tem preferência no mercado internacional”, disse.