Depois de mais de um ano amargando os reflexos da ocorrência de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná, o setor de carnes teme pela confirmação da doença na Bolívia (divisa com Mato Grosso), ontem. Um frigorífico de Sinop, que exporta 50% de sua produção, aguarda as medidas tomadas pelo governo, para evitar a transmissão pela divisa. “Esperamos que o governo seja rápido nas providências na divisa. Esse é o grande desafio. Até o momento não há nada que possa afetar a comercialização”, declarou, ao Só Notícias, o empresário Paulo Bellincanta. Essas medidas já estão sendo tomadas. Ainda ontem, o Ministério da Agricultura confirmou a suspensão das importações da Bolívia.
Segundo Bellincanta, o embargo feito em 2005 por alguns países importadores da carne brasileira, e que ainda persiste para alguns Estados, como o Paraná e Mato Grosso do Sul, também afeta o mercado interno com queda nos preços.
Hoje, o frigorífico exporta grande parte de seus produtos para o Oriente Médio, mas almeja expandir para outros mercados, como Europa e Chile, considerados grandes compradores de carne. As atenções também estão voltadas para esta quarta-feira, quando o pedido do Mato Grosso para voltar a ser reconhecido como área livre será analisado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
O Estado possui o maior rebanho bovino comercial do país, com 27 milhões de cabeças, e está há 11 anos livre da febre aftosa. O último foco foi registrado em 1996, em Colíder (150 km de Sinop).