O setor de gemas e jóias de Mato Grosso está ganhando espaço na economia regional. Em 2006 o segmento demonstrou seu potencial com o lançamento da Coleção de Jóias Trans Pantanal, que envolveu 13 joalherias de Cuiabá e Várzea Grande, com a produção de 52 peças.
Para o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, a coleção Trans Pantanal revela para o Brasil e para o mundo o potencial e a criatividade latente do setor joalheiro mato-grossense que precisa ser explorada. “Os designers de Mato Grosso nos surpreenderam com a mistura do ouro, gemas e com o couro de jacaré encontrado no Pantanal”, afirma Furlan.
O presidente da Associação dos Joalheiros, Indústria de Jóias, Empresários de Pedras Preciosas, Relojoeiros e Bijuterias do Estado de Mato Grosso (Ajomat), Ricardo Martins, acredita que a coleção vai trazer bons frutos e alavancar o setor. “A Coleção Trans Pantanal foi o começo, temos muito que progredir, buscar novas fronteiras, mostrar a força do setor para a sociedade e para o poder público. Já vendemos algumas peças da Coleção, agora estamos fazendo a reposição para participarmos da feira BaselWorld, na Suíça”.
Em 2003 quando a Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) desenvolveu em parceria com o Sebrae-MT o Projeto da Cadeia Produtiva de Gemas e Jóias em Cuiabá e Várzea Grande, o setor se encontrava desestruturado e desarticulado. “A primeira ação do Projeto foi realizar um levantamento técnico dos agentes produtivos e da Cadeia Projetiva de Gemas e Jóias, começando por Cuiabá e Várzea Grande”, acrescenta Furlan.
O Censo foi realizado com a intenção de identificar as joalherias, ourivesarias, lapidadores e designer de jóias que existem em Cuiabá e Várzea Grande. Ao todo foram realizadas 73 entrevistas, entre dezembro de 2004 e janeiro de 2005. O resultado da pesquisa mostrou que 62% dos estabelecimentos ligados ao setor são formais, 89% são microempresas, 73% somente comercializa jóias e 27% trabalha com produção de peças.
O presidente da Ajomat lembra que a joalheria em Mato Grosso está muito ligada à produção artesanal que, por um lado tem um grande valor agregado, mas por outro perde em competitividade. Ele aponta que 60% ou mais das jóias consumidas no Estado, vêm de fora. “Antigamente as jóias vinham de outros Estados e os joalheiros da região não tinham espaço. Mas com o lançamento da coleção Trans Pantanal mostramos que é possível fazer peças com a ‘cara’ de Mato Grosso. Porque a matéria prima é igual para todos, o que faz a diferença é o designer regional”, explica Ricardo Martins.