Mato Grosso foi o Estado que mais vendeu biodiesel no último leilão para comercialização do combustível, realizado pela Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis. A oferta pública foi realizada no final de novembro, sendo que do total negociado que contabilizou 330 milhões de litros, as sete usinas mato-grossenses que participaram do leilão foram responsáveis pela venda de 24,5% do volume, o que corresponde a 80,830 milhões de litros.
A venda foi realizada no 12º Leilão de Biodiesel da ANP, que registrou a oferta de 33 unidades produtoras espalhadas por todo o país. Ao todo foram dois lotes, sendo que o preço de referência foi de R$ 2,40 por litro e o preço médio ponderado foi de R$ 2,385,93 no primeiro lote em que foi negociado 264 milhões de litros. O deságio médio foi de 0,59%. Já no segundo lote foram vendidos 66 milhões de litros, com deságio médio de 0,41%, cujo preço por litro foi de R$ 2,390,18.
Conforme dados da ANP, Mato Grosso conta com 22 usinas produtoras de biodiesel, cuja matéria-prima é óleo de soja, girassol, gordura animal entre outras. Juntas elas têm capacidade de produzir 932,022 milhões de litros de biodiesel por ano. Para o secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, Mato Grosso tem grande potencial e atualmente é um dos maiores produtores do país.
“O biodiesel é o combustível do futuro, pois tem baixa quantidade de gases poluentes, assim como o etanol e por isso vários países estão de olho na produção nacional e principalmente a estadual”, diz o secretário ao justificar a visita de embaixadores a Mato Grosso para conhecer a produção do combustível estadual.
O primeiro lote do leilão realizado em novembro, que somou 264 milhões de litros, foi destinado a empresas detentoras do Selo Combustível Social, previsto na Lei 11.097/2005. Do segundo, de 66 milhões de litros, participaram empresas que cumpriram os requisitos exigidos pela ANP, incluindo as que não possuem Selo Combustível Social. Conforme a agência, a ADM do Brasil, localizada no Estado, foi responsável por 14,9% das vendas, com 49,1 milhões de litros, se posicionando como a maior vendedora de biodiesel.
A realização do 12º leilões teve como finalidade atender à demanda gerada pela adição obrigatória de 3% de biodiesel ao óleo diesel vendido no Brasil no primeiro trimestre de 2009.
A Resolução número 2 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de 13/3/2008, determinou a adição obrigatória de 3% de biodiesel ao diesel comercializado no país, a partir de 1º de julho deste ano.
O uso comercial do biodiesel no Brasil foi autorizado em dezembro de 2004, inicialmente para a mistura B2. A previsão é que o percentual seja elevado para 5% (B5), também de forma obrigatória, a partir 2013. O Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) é uma ação interministerial do governo federal, cujo objetivo é a implementação de forma sustentável, tanto técnica, como economicamente, da produção e do uso do biodiesel, com enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional, via geração de emprego e renda.