O governador Blairo Maggi voltou a falar nesta sexta-feira, durante solenidade de inauguração da nova sede da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), que Mato Grosso pode sentir a crise que atinge os Estados Unidos e Europa, na formação das atividades econômicas de 2009 para 2010. Isso, caso os mercados persistam na ausência de crédito e confiança, o que impediria o dinheiro de chegar “para irrigar” atividades comoa agricultura e pecuária.
“São alguns bilhões de reais ou de dólares que são necessários para formação da atividade econômica do Estado. Com toda certeza nos teríamos um problema bastante sério para 2010. Para 2009 vamos ter reflexos, mas bem menor do que poderá ocorrer em 2010. Porque se tivermos uma mudança de humor no mercado, se restabelecer a confiança e voltar à normalidade, nós provavelmente vamos passar por essa crise com bem menos turbulência”, avaliou o governador.
Desde o início da crise, o Governo vem realizando reuniões técnicas freqüentes com a equipe econômica da Secretaria de Fazenda (Sefaz), avaliando as oscilações do mercado. Segundo Blairo Maggi, o Estado está preparado, inclusive a proposta orçamentária para 2009 do Executivo estadual foi apresentada à Assembléia Legislativa com um valor de orçamento um pouco abaixo da possibilidade total de arrecadação para 2009.
Ele explicou que acertou com a AL que o governo irá apresentar um orçamento conservador com complementações se houver necessidades. “Hoje sabemos que o Estado tem um orçamento justo, possível de ser atingido, mas com toda certeza entraremos o ano 2009 com contingenciamentos (significa com cofres fechados) no orçamento para não deixar fugir, a gente tem uma expectativa dessa crise. Pode ser que ela seja um pouco pior ou melhor”, completou.
Questionado sobre a suspensão do fornecimento de Gás Natural Veicular (GNV) para Mato Grosso pelo governo da Bolívia, Maggi disse que toda e qualquer negociação entre a Empresa Pantanal Energia (EPE) e governo boliviano, está suspensa. “Não há a mínima condição de entendimento entre eles, sobre as divergências de contratos e as exigências que o boliviano quer para que a EPE assuma mandar gás para Mato Grosso, e esse gás viria para o MT Gás”, salientou.
Blairo Maggi acredita que a normalização do fornecimento de GNV deva demorar, mas garantiu que Mato Grosso está se empenhando. Com as exigências das cláusulas a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e a Empresa Pantanal Energia (EPE) abriram mão do contrato antigo, deixando a possibilidade de um gás social ser negociado entre estatal e estatal que é a empresa boliviana e a mato-grossense. Dentro desse gás social para atender um país vizinho mais um Estado vizinho, que é o Mato Grosso.
Sobre a greve dos investigadores da Polícia Civil, o governador argumentou que está aberto à negociação, mas que tem que ter a responsabilidade de aceitar a pagar um salário como aos demais servidores estaduais de Mato Grosso, desde que isso não comprometa as finanças do Estado e não chegar ao final do mês sem dinheiro para pagar a folha de pagamento. “Para mim a coisa mais sagrada que existe no Governo é salário de servidor público, portanto, a minha responsabilidade é muito grande”, ponderou Maggi.