Considerado nacionalmente como segundo maior produtor de borracha natural (látex), com cerca de 30,66% do volume produzido, Mato Grosso pode fomentar o cultivo da seringueira em novas áreas visando ampliar a atividade para atender principalmente a grande demanda gerada no mercado. No Estado, diferentes municípios investem na cultura que, aos poucos, começa a ser inserida em regiões conhecidas principalmente pelo potencial agrícola. Na região de Sinop, um projeto almeja o plantio de 1,2 milhão de pés em até seis anos, numa área equivalente a 2,2 mil hectares. Desde 2002, mais de 150 mil unidades foram introduzidas, com intenção de superar 350 mil até o final deste ano.
O empresário Dilso Santo Rossi explicou, ao Só Notícias, que estudos apontaram a viabilidade. “Devemos ter a necessidade ainda maior [de látex] porque o consumo está crescendo. Isso mostra que estamos em uma atividade rentável e que dever tornar-se ainda mais”, declarou. Por outro lado, o produtor lembra que a rentabilidade é alcançada a partir do sétimo ano do plantio, quando a extração pode ser realizada.
A introdução de espécies melhoradas geneticamente deve contribuir com a atividade. “Atualmente, grande parte da produção do mundo está na Ásia e estão retornando para o Brasil com uma melhora genética”, acrescentou, salientando que o investimento a ser realizado pode variar, dependendo desde a escolha da planta, a correção do solo, entre outros aspectos.
O engenheiro florestal da Empresa Mato Grossensde Pesquisa, Assistência e Extensão Rural de Sinop (Empaer), Eliasel Rondon, acrescenta que desafios devem ser superados para ampliar a produção estadual borracha. “Nosso grande problema é a condição de solo, pois é pobre, diferente de São Paulo, maior produtor do país”, ponderou.
Em Mato Grosso, Itiquira destaca-se como maior produtora de látex, seguida por São José do Rio Claro, em segundo. O terceiro lugar é de Pontes e Lacerda, com Porto dos Gaúchos e Nova Mutum, na quarta posição.
O pesquisador ressalta que, com base em dados oriundos da Secretaria de Agricultura de São Paulo e Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o consumo nacional de látex aproxima-se das 200 mil toneladas. A produção, por sua vez, está na casa das 104,370 toneladas. “A estimativa para 2020 aponta que o consumo deve chegar a 300 mil toneladas, havendo um déficit”, ponderou.
Além de São Paulo, que produz 45,51% do volume de todo o Brasil e Mato Grosso, a Bahia, com 10,53%, ocupa a terceira posição ranking. Amazonas e Espírito Santo vêm logo em seguida.
O látex pode ser utilizado para manufatura de uma grande quantidade de produtos das indústrias de artefatos, de transportes, entre outras.