A consolidação do pólo de florestamento e reflorestamento na região de Tangará da Serra é imprescindível para viabilização do setor florestal, trazendo benefícios diretos para os produtores florestais. O Brasil é considerado um dos líderes em melhoramento genético florestal, sendo referência mundial nas espécies Eucalyptus e Pinus, responsáveis por grande parte dos reflorestamentos no país. As florestas plantadas ocupam cerca de 6 milhões de hectares, concentradas principalmente nas regiões Sul e Sudeste.
Visando fomentar a atividade e mostrar os diversos benefícios do Eucalipto, foi realizado o 1º Workshop sobre Sistema de Manejo de Florestas de Eucalipto e Consolidação do Pólo de Reflorestamento no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Aliança da Serra, em Tangará da Serra. Este evento de iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural do Mato Grosso (Seder/MT), tem como parceiros a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (FAMATO), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) e o Clube Amigos da Terra Parecis.
O encontro reuniu durante dois dias aproximadamente 200 pessoas vindas de vários lugares do Brasil e do mundo. Participaram técnicos, pesquisadores, representantes de empresas de serviços e tecnologia, profissionais liberais, pecuaristas, entre outros.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural, Neldo Egon Weirich, Mato Grosso emerge como opção para investimentos na área de reflorestamento. “A tendência é de que as grandes empresas de reflorestamento migrem para o Estado, que tem excelentes aptidões florestais e dispõe de uma apreciável capacidade para atrair investimentos”. Ele ainda explicou que com grande potencial florestal, clima excelente e terra fértil é possível plantar e produzir. “O reflorestamento se apresenta como uma excelente alternativa econômica, é uma atividade ambiental correta para aproveitar os espaços com a produção florestal nesse momento extremamente favorável” concluiu.
O engenheiro florestal Manoel de Freitas ministrou a palestra “finalidades dos plantios florestais com o Eucalipto”, abordando temas do tipo: visão das florestas no mundo; produtos florestais a base de florestas plantadas; situação florestal da América do Sul; situação florestal do Brasil; vantagens das plantações florestais; dados de mercados das florestas plantadas; benefícios ambientais do eucalipto; produtividade do eucalipto, entre outros. O engenheiro florestal comentou ainda sobre a rentabilidade deste plantio. “Sempre dizemos que o investimento da plantação de eucalipto é a de médio/longo prazo, em torno de sete anos. Plantar eucalipto é um bom negócio, mas precisa de muitos cuidados para que o mesmo dê certo”, destacou.
Já a palestra do engenheiro florestal Sebastião Valverde, mestre e doutor em Manejo e Economia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa, abordou a “Indústria e Mercado de Produtos Sólidos de Florestas Manejadas de Eucalipto”. Para o engenheiro florestal mais do que equilibrar o passivo ambiental resultante de anos de exploração desordenada, o reflorestamento é considerado, hoje, um excelente negócio. “Está faltando madeira no mercado. Os preços estão subindo e o mercado é atrativo para este tipo de investimento”, afirmou.
Os principais questionamentos para quem ainda vê o plantio de árvores como uma atividade dispendiosa e com pouco retorno pode ser uma das dúvidas mais recorrentes, mas, para ele é uma certeza. Reflorestamento é uma alternativa viável e tem mercado. “Vale a pena plantar e cuidar da floresta. Há mercado para absorver a produção, os preços são atraentes e a atividade é altamente rentável”, confirmou o especialista.
A atividade ainda é nova no Estado. O presidente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural,(Senar-AR/MT), Normando Corral, acompanha esse processo atentamente e reconhece o potencial em Tangará para esse tipo investimento. “As perspectivas são muito boas, Mato Grosso tem um clima e solo muito bons para o Eucalipto. A maioria dessa madeira seria para a indústria de móveis, com os incentivos os plantios florestais de rápido crescimento vêm contribuindo para reduzir o déficit de madeira em todo o mundo, e também no Brasil” disse.
O maior desafio do melhoramento genético florestal é de melhorar a qualidade e produtividade dos plantios florestais para que se tire a pressão sobre as florestas nativas. “Temos que apoiar o reflorestamento e começar a plantar sim, estamos com os dias contados para o consumo de madeira nativa” concluiu Normando.
CONSUMO- O consumo de madeira no país é estimado em 300 milhões de metros cúbicos por ano. Desse total, apenas 75 milhões de metros cúbicos são supridos por plantios florestais. O saldo (74%) ainda provém de florestas nativas. Estimulados pela procura de árvores para o reflorestamento, produtores florestais estão apostando na produção de mudas de eucalipto. Da árvore, que se adapta a qualquer tipo de solo, é possível aproveitar desde as folhas até a casca do tronco. Das folhas são extraídos os óleos para produto de limpeza, cosméticos, alimentos e até remédios. Da casca sai o tanino, usado no curtimento do couro. A fibra é a principal matéria-prima, usada na fabricação de papel e celulose. Por enquanto, em Mato Grosso a parte utilizada é a madeira.
Estiveram presentesno evento acompanhando o secretáio Neldo Egon, Marcos Kitano Matsunaga, diretor Executivo da Yoki Alimentos S/A, superintendente de Desenvolvimento Florestal da Seder, Rogério Monteiro, o superintendente de Política Agrícola da Seder, Luiz Carlos Alécio