A implantação de uma termoelétrica em Alta Floresta nos próximos trinta meses deve sanar um problema enfrentado pelo setor madeireiro – a falta de local apropriado para destinação de resíduos, que serão usados na geração de energia. A unidade, estimada em R$25 milhões, será construída em uma área com aproximadamente 10 hectares, localizada próxima a uma subestação da Centrais Elétricas de Mato Grosso.
A assinatura do contrato ocorreu há poucos dias, em Porto Alegre (RS). Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte (Simenorte), Ricardo Mastrangelli, os recursos são oriundos de um fundo de investimento inglês, pleiteado por uma empresa de São Paulo. O setor buscava soluções para a situação há pelo menos três anos.
As indústrias madeireiras serão responsáveis pelo fornecimento da biomassa, ou matéria-prima. A quantidade mensal ainda não foi confirmada. O Ministério Público já havia proposto ações contra quatro empresas por queimar, irregularmente, o pó-de-serra estocado em seus pátios, há alguns anos. “Tivemos que fazer cumprir a lei”, declarou Mastrangelli, ao Só Notícias.
A cobrança do MP levou o segmento, atualmente um dos carros-chefe da economia em Alta Floresta – a buscar regularizações. “Como o setor trouxe esta solução e pediu um prazo para instalar e dar fim aos dejetos, encaminhamos o projeto para técnicos do MP, que constataram sua viabilidade”, explicou o promotor Marcelo Vacchiano.
MP e empresários acreditam na resolução de problemas que estavam sendo gerados a partir da conclusão da obra. Algumas indústrias já encaminhavam pó-de-serra para ser utilizado na confecção de briquetes. Por outro lado, a maior parcela estava sendo armazenada a céu aberto.
Marcelo Vacchiano salienta ainda que há pelo menos três anos empresários deixaram de atear fogo nas sobras que ficavam nas empresas, contribuindo desta forma com a redução da emissão de gases, prejudiciais à saúde da população. Os resíduos já começam a ser levados para a área onde a usina será construída.