A diretoria colegiada da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) decide, agora à tarde, em assembléia, se a greve na estatal continua. A informação foi dada hoje, pelo secretário-geral da Fentect, Manoel Cantoara, após audiência de conciliação que terminou sem acordo entre representantes dos trabalhadores e dos dirigentes da ECT, na sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
“Nós vamos encaminhar todas as orientações passadas pelo ministro Brito [Rider Nogueira de Brito, presidente do TST] para a assembléia, e os soberanos [trabalhadores] vão decidir se continua, ou não, a greve”, disse Cantoara.
Para ele, é possível que a greve continue. “A empresa [ECT] já descartou qualquer tipo de negociação e, para nós, fica difícil essa situação. Quem descartou a possibilidade de negociação não fomos nós, mas a própria empresa aqui representada.”
A categoria reivindica a adoção de um novo plano de carreiras, cargos e salários; mudanças na forma de distribuição da participação nos lucros e resultados; e o cumprimento, pela ECT, do termo de compromisso que garante adicional de 30% sobre o salário dos carteiros, assinado pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, em novembro do ano passado.
A audiência de conciliação de hoje foi interrompida para os representantes dos servidores dos Correios decidirem se acatam a proposta. No próximo dia 15, será realizada nova audiência para que os trabalhadores apresentem nova posição. Se o acordo não for aceito pelos trabalhadores, o caso será levado a julgamento, informou Rider de Brito.
“É óbvio que a preocupação é a greve. O julgamento é sempre a pior das soluções, é melhor haver acordo entre as partes do que ser resolvido mediante decisão do Estado”, afirmou Brito.