O bioma amazônico deverá ser uma das áreas de restrição total para expansão da cana-de-açúcar, que serão definidas pelo zoneamento agroecológico da cultura. A informação foi dada hoje, pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que anunciou para 31 de julho a apresentação do mapeamento.
“Como princípio inicial, a Amazônia está fora”, afirmou Stephanes, após participar de reunião para discutir o zoneamento. No entanto, disse ele, o acordo final sobre a possibilidade de utilização de áreas de floresta para plantio de cana-de-açúcar será “uma decisão de governo”, e não só do ministério.
O zoneamento agroecológico definirá em que áreas a cana-de-açúcar poderá ser produzida. O mapa valerá apenas para expansão da cultura, sem afetar os atuais produtores.
O Ministério da Agricultura já concluiu o mapeamento das áreas aptas a produzir cana-de-açúcar, o das áreas proibidas, como unidades de conservação e reservas indígenas, e o das áreas degradas e de pastagem, que, de acordo com Stephanes, serão utilizadas preferencialmente. Somente na Região Centro-Oeste, foram identificadas mais de 50 milhões de hectares de áreas aptas.
“Falta definir os critérios para estabelecer outras áreas de restrição. Por exemplo, se o bioma amazônico será todo ou não-todo [restrito], definir eventuais exceções”, afirmou.
Atualmente, a produção de cana-de-açúcar no bioma amazônico (que não inclui estados como Mato Grosso e Maranhão, que fazem parte da Amazônia Legal) está restrita a poucos núcleos – cerca de cinco – segundo Stephanes, entre eles áreas de usinas já desativadas no Amazonas e no Acre.
O ministro ressaltou que outras culturas poderão ser substituídas pela da cana-de-açúcar “se o planejamento envolver essa necessidade”. “Em principio, não se deseja a substituição de cultura. Mas se você tem uma usina com uma área de pastagem ao lado, e logo em seguida, uma de [outra] cultura e novamente uma de pastagem, não se poderá pular a área de cultura [diferente da cana].”
Após a apresentação em julho, o zoneamento da cana-de-açúcar “vai ser entregue ao governo, que vai tomar decisões de governo”, afirmou Stephanes. Depois de finalizada pelo Executivo, a proposta deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional.