O preço do pão francês em Mato Grosso pode não cair, mas pelo menos, também não vai aumentar. O presidente do Sindicato da Indústria da Panificação (Sindipan), Luiz Garcia, explica que se o governo federal não houvesse anunciado as medidas para desonerar o trigo, a farinha e o pão, o valor do produto certamente seria reajustado nos estabelecimentos comerciais.
A justificativa do sindicato é que o preço da saca de farinha de trigo dobrou de março de 2007 para este ano e um percentual de 32%, que é o que significa o insumo na produção do pão, deveria ser repassado para o consumidor.
Uns poucos panificadores em Cuiabá já havia feito isso, com quilo do pãozinho chegando a R$ 8,50. Mas, segundo Garcia, eles são 1% do total. Na média, o produto é vendido a R$ 6,50 o quilo nas panificadoras e supermercados de Cuiabá e Várzea Grande.
O presidente do Sindipan frisa ainda que ontem recebeu um comunicado da Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip), pedindo a toda a categoria colaboração para não aumentar o preço do pão francês, que foi o acordo fechado com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na obtenção da desoneração do trigo e alguns de seus derivados.
As medidas anunciadas pelo ministro esta semana são a suspensão do PIS/Cofins até dezembro para o trigo, a farinha e o pão; suspensão do adicional de frete para o Fundo de Renovação da Marinha Mercante (que representa 25% do custo adicional do transporte do trigo importado); e a ampliação até 31/08 do prazo para o benefício da tarifa zero na importação de trigo. Tudo isso representa em torno de 9,25% do valor final do pão. A atenção especial para o pãozinho é para que ele não puxe a inflação com a alta da cesta básica.
Luiz Garcia explica que a saca de 50kg da farinha de trigo passou de R$ 50 para R$ 100. Ele frisa que nem todas as panificadoras aumentaram o preço do pão porque ele pediu paciência do setor, já que tinha a informação que o Ministério da Fazenda anunciaria o pacote de desoneração. Diante desse quadro, ele frisa não haver necessidade de repassar para o consumidor do pão o aumento da farinha.
Para Garcia, as medidas são ótimas também por permitir que os importadores busquem outros mercados fornecedores de trigo, como Canadá, Alemanha, Rússia e Estados Unidos. Antes da formação do Mercosul, esses países também abasteciam o Brasil. Depois, com a alíquota zero de importação para países do Mercosul, passou a ser mais interessante trazer o trigo da Argentina. O que também deixou o Brasil como que refém de um único fornecedor.