Conforme dados apresentados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Mato Grosso tem potencial para produção do trigo irrigado atingindo uma produtividade entre 70 a 80 sacas de trigo por hectare, superando a média nacional.
O extensionista da Empaer, Hortêncio Paro, comentou que as ações do Protrigo continuam com suas atividades no campo e recentemente instalou três Unidades de Observação (UO) de trigo de sequeiro e serão instaladas cinco Unidades Demonstrativas (UD) de trigo irrigado.
O governo pretende atingir uma produção de 7,1 milhões de toneladas em menos de cinco anos, novas linhas de crédito ampliando o limite para financiamento de R$ 300 mil para R$ 400 mil, por produtor, aumento do preço mínimo. Na região Sul o preço mínimo subiu de R$ 400 para R$ 480 a tonelada e no Centro Oeste R$ 533 a tonelada do trigo irrigado.
“Momento em que o governo começa a dar sinais que está preocupado com a situação da nossa dependência externa de matéria prima. O mundo hoje está com um dos menores estoques de trigo dos últimos 35 anos. Então essa medida vem para fortalecer o cultivo no país e Mato Grosso faz parte do zoneamento agrícola brasileiro”, esclareceu.
Segundo Paro, o trigo produzido em Mato Grosso já é comparado com o melhor trigo produzido na Argentina – maior produtor de trigo da América Latina – em termos de peso específico, força de glúten e qualidade sanitária. Nos municípios de Campo Verde e Alto Taquari estão sendo testadas as variedades BRS 208, Brilhante, Aliança, IAC 350 e BR 18 para trigo de sequeiro. E nos municípios de Lucas do Rio Verde, Sorriso e Primavera do Leste as variedades, BRS 254, BRS 264, IAC 350,BR 18, Aliança e Brilhante para irrigado.
Para verificar o comportamento da cultura do trigo de sequeiro, o extensionista visitou as unidades para leitura técnica e constatou o estágio de perfilhamento e em alguns casos emborrachamento da cultura. Em todas as propriedades serão usados produtos para prevenir a brusone, que causa abortamento das flores, reduzindo a produção de grãos. “Nossa preocupação agora é com duas pragas importantes que migram da cultura do milho para o trigo, a lagarta do cartucho conhecida por – Spodoptera e a broca – Diatraea. O trabalho preventivo é feito com aplicações de inseticidas”, concluiu.