O Custo Unitário Básico (CUB) da Construção Civil de Mato Grosso apresentou ligeira alta de 0,36% em março deste ano, em comparação com o mês anterior, quando a inflação do setor chegou a 0,82%. O CUB é o índice oficial calculado pelo Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT), que reflete a variação mensal dos custos do setor para utilização nos reajustes dos contratos da construção civil.
Em março, o metro quadrado de uma construção de oito andares, com quatro apartamentos de três dormitórios (R8-N*), foi calculado em R$ 608,55 – índice próximo ao de fevereiro, que ficou em R$ 606,37, o que demonstra a estabilização dos preços dos produtos que compõem a cesta básica da construção civil em Mato Grosso.
No cálculo do CUB, a cesta básica é composta por materiais, mão-de-obra, despesas administrativas e equipamentos. Do total de R$ 608,55/m², houve variação de R$ 61,28% dos custos referentes aos materiais, 35,77% de mão-de-obra, 2,07% em despesas administrativas e 0,88% de equipamentos. No mês de fevereiro, esses valores variaram em relação a janeiro, respectivamente, 61,33%, 35,62%, 2,34% e 0,71%.
Embora pareça pequena a variação de 0,36% do CUB em março, há insumos que continuam subindo de preço, como o concreto, o fio de cobre e a locação de betoneira. “Isso demonstra o aumento da demanda e, por conseqüência, do número de obras, apesar do ano só estar começando”, avalia o presidente do Sinduscon-MT, Luiz Carlos Richter Fernandes. O concreto apresentou variação de 8,87% nos três primeiros meses do ano e 8,69% no acumulado dos últimos 12 meses. O fio de cobre antichama, isolamento 750V, 2,5mm², teve incremento de 10,61% em março, 12,31% nos três primeiros meses do ano, e 14,06% no acumulado dos últimos 12 meses. A locação de batoneira, por sua vez, apresentou variação de 29,12% nos três primeiros meses do ano, sendo 23,39% apenas em março.
O aço apresentou crescimento de 17,92% nos últimos 12 meses. “Para interpretarmos esses valores, precisamos observar não apenas a conjuntura econômica mato-grossense, como também a nacional e o preço das importações. Na realidade, o preço do aço ainda está muito atrelado aos valores impostos pelas siderúrgicas. A demanda elevada também aumenta os custos”, observa o presidente do Sinduscon-MT.
Mão-de-obra
O setor da Construção Civil em Mato Grosso apresentou variação positiva de 536,6% no número de contratações nos dois primeiros meses de 2008, em relação a igual período do ano passado. Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego, entre janeiro e fevereiro deste ano foram criados 5.338 postos de trabalho, contra 3.125 nos dois primeiros meses de 2007. O saldo positivo no número de contratações nesse período passou de 232, no ano passado, para 1.477 em 2008.
“E só estamos no começo do ano. Como há muitas obras previstas, incluindo as do PAC [Plano de Aceleração do Crescimento], o sindicato está investindo e fazendo uma companha de conscientização da qualificação da mão-de-obra”, explica o presidente do Sinduscon-MT, Luiz Carlos Richter Fernandes.
Conforme o presidente do Sinduscon-MT, a capacitação desses profissionais é uma prioridade em Mato Grosso. “As construções estão cada vez mais modernas e adaptadas, e, por isso, as construtoras acabam contratando aqueles que possuem maior qualificação. É preciso estar atento. O mercado está cada dia mais exigente”, destacou Fernandes.