Apesar do aumento de 21,2% na oferta de vagas em 2007, passando de 40,878 mil em 2006 para 49,572 mil no ano passado, a solicitação de seguro-desemprego em Mato Grosso recuou apenas 1,37% em 2007 ante o ano anterior. De janeiro a dezembro do ano passado, 49,451 mil trabalhadores fizeram a solicitação do benefício contra 50,139 mil no ano anterior. A baixa redução nos números é um sinal de que o Estado ainda não superou por completo a crise que assolou o segmento do agronegócio entre 2005 e 2006, o que ainda reflete nos índices de emprego em todos os setores.
Mesmo com a redução verificada no ano passado, o número de requerimento do benefício foi maior que o de 2005, quando as solicitações do seguro-desemprego somaram 47,941 mil. Se os números daquele ano forem comparados aos de 2007, verifica-se um crescimento de 3,1% no ano passado. “Ainda não temos números positivos, pois 2005 e 2006 foram períodos difíceis em função da crise, no entanto, quando se trata de desemprego, o reflexo sentido em Mato Grosso foi mais significativo em 2006”, analisa a superintendente do Sistema Nacional do Emprego no Estado (Sine-MT), Ivone Rosset.
Ela considera ainda que a redução não foi maior porque foram inaugurados dois novos postos de atendimento, Sorriso em 2006 e Pontes e Lacerda em 2007, que puderam atender um número maior de pessoas não só na cidade como também nos municípios vizinhos, o que contribuiu para o incremento nos números de solicitações do benefício.
O economista e consultor da Fundação Getúlio Vargas em Mato Grosso (FGV), Vivaldo Lopes, explica que a procura pelo seguro desemprego é inversamente proporcional à oferta de postos de trabalho. Ele diz que como ocorreu maior demanda de mão-de-obra no Estado no ano passado, motivado principalmente pelo aquecimento na economia local (recuperação do agronegócio), menos trabalhadores foram dispensados, o que reflete na redução de pedidos do auxílio. “E a tendência para este ano é continuar caindo, já que o Estado está retomando o cenário positivo e novas vagas vão surgir especialmente na agroindústria”.