Depois de amargar uma queda de 6,6% no valor médio das terras, baixando de R$ 1,967 mil (o hectare) no primeiro bimestre de 2005 para R$ 1,837 mil no mesmo período de 2007, Mato Grosso esboça uma leve recuperação nos preços, com alta de 16% no último bimestre do ano passado na comparação com janeiro/fevereiro, também de 2007. A valorização média registrada no curto intervalo é decorrente da recuperação nos preços dos grãos no mercado internacional e da arroba do boi, que depois de anos sem reajuste em 2007 chegou a picos de R$ 70 (Rondonópolis e São José dos Quatro Marcos) em janeiro de 2008, ante uma média de R$ 48, em igual mês do ano passado, expansão de 45,8%.
Os dados são do Instituto FNP, que realiza pesquisas bimestrais sobre o preço das terras em várias regiões do país. Apesar do crescimento registrado na última parcial (novembro/dezembro 2007), Mato Grosso está na 13ª colocação entre as unidades da federação com os maiores preços por hectare. A primeira posição é de São Paulo, com valorização de 10,3%, passando de R$ 10,444 mil no primeiro bimestre de 2007 para R$ 11,565 mil nos últimos dois meses do ano. O menor preço está no Amazonas, com R$ 248 (por hectare) no último bimestre, alta de 11,2% sobre os R$ 223 em janeiro/fevereiro de 2007.
Na avaliação da analista do Mercado de Terras da FNP, Jacqueline Bierhals, apesar do preço em Mato Grosso não ter elevado tanto, voltando aos mesmos patamares de 2005, ela considera que o percentual está dentro da média dos principais pólos agrícolas brasileiros. “Estados como o Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Tocantins, Bahia, Maranhão, Goiás, Minas Gerais e Piauí tiveram um crescimento entre 10% e 20%, fazendo com que Mato Grosso esteja dentro da média de valorização das outras unidades da federação”.
Para o diretor Executivo da Associação de Produtores Rurais de Mato Grosso (APR-MT), Paulo Rezende, a desvalorização nos preços nos anos anteriores ocorreu por causa da crise no agronegócio (2005/2006), mas conforme ele, o cenário tende a se manter positivo este ano por causa da proibição no desmatamento em 19 municípios do Estado. “Isso fará com que as áreas já abertas e que estavam ociosas sejam usadas tanto para agricultura quanto para pastagem, aumentado os preços e valorizando não só as terras como também o município onde estão localizadas”.