O governo boliviano iniciará nos próximos dias, reuniões com Brasil e Argentina para estipular uma forma de distribuição equilibrada da exportação de gás para ambos os países, embora não vá poder cumprir plenamente o fornecimento energético deste ano, informou nesta terça-feira a imprensa local. A situação do fornecimento de gás natural boliviano à usina Termoelétrica Mario Covas, em Cuiabá (para geração de energia elétrica), deve estar na pauta.
O ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, anunciou que viajará no dia 18 de janeiro para a Argentina para se reunir com o ministro do Planejamento local, Julio de Vido, com o objetivo de preparar uma reunião trilateral para abordar a questão energética, informa o jornal “La Razón”.
Posteriormente, Villegas visitará o Brasil com o mesmo propósito. “Vamos chegar a um entendimento em alguma reunião para que os três presidentes, Luiz Inácio Lula da Silva, Cristina Fernández e Evo Morales, se reúnam e possamos superar as eventualidades que surgirão este ano”, disse o ministro.
O governo boliviano anunciou na semana passada um recorde de investimentos petroleiros para 2008, ano em que as 12 companhias multinacionais que operam no país investirão um total de US$ 967 milhões, embora tenha reconhecido que ainda não poderá atender a todas as necessidades energéticas da Argentina e do Estado de Mato Grosso.
Villegas disse que a Bolívia continuará produzindo 42 milhões de metros cúbicos diários de gás (MMDC) destinados a satisfazer o mercado de São Paulo (31 MMCD) e o consumo interno (5,5 a 6 MMCD), e “o que sobrar será enviado para a Argentina”, cujas necessidades situam-se entre 5,5 MMCD e 7 MMCD.
Villegas antecipou também que para atender a demanda da Argentina trabalharia em uma reunião de autoridades energéticas dos três países para que os argentinos não sofram problemas críticos no inverno.