O contrato para o fornecimento de gás natural a Mato Grosso foi finalmente fechado. O documento foi assinado na tarde de quinta-feira na cidade boliviana de La Paz, depois de mais de um ano de intensas reuniões para ajustar um acordo que beneficiasse ambas as partes. O chefe do Escritório de Representações de Mato Grosso (Ermat), Jefferson de Castro Júnior, avalia que as tratativas não foram fáceis e que empenho e o prestígio do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, dentro da esfera bilateral Brasil/Bolívia, foram fundamentais para o encerramento positivo das negociações.
Na reunião estavam presentes, o presidente da Companhia Mato-grossense de Gás (MT Gás), Helny de Paula e do presidente da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Carlos Villegas, que assinaram o contrato. O documento será remetido a Mato Grosso para ser avaliado e melhor entendido pelo chefe do executivo estadual e então será publicado no Diário Oficial do Estado. "Este é um grande trunfo do governo de Mato Grosso, que passa a traçar uma nova história no que diz respeito à essa matriz energética", analisa Castro Júnior ao salientar que em decorrência deste acordo, os consumidores podem se programar para utilizar, futuramente, o gás natural com segurança jurídica. De acordo com o documento, o fornecimento tem prazo de 10 anos, para o envio de 35 mil metros cúbicos por dia. "Este volume é absolutamente suficiente para abastecer os empreendimentos em operação e outros que virão", informa o chefe do escritório que estava com retorno à Brasília programado para ontem.
Conforme o acordo fechado entre as estatais boliviana e mato-grossense, o fornecimento e gás será interruptível (que desobriga a MT Gás de comprar todo o volume estabelecido no contrato, assim como a Bolívia não tem de enviar toda a quantidade firmada no documento). Mesmo assim, Castro Júnior reafirma que não há riscos de desabastecimento. Já com relação ao valor pago pelo gás, o que vinha sendo uma pendência para o fechamento do acordo, o representante estadual adianta apenas que seguirá o preço médio ponderado GSA, e que o valor exato só será conhecido quando a MT Gás formalizar o primeiro pedido de abastecimento à Bolívia, o que deve ser feito o mais breve possível.
A única informação acerca do preço é que este será em dólar e cobrado por metro cúbico (m3), adquirido por Mato Grosso. "Outra conquista importante para Mato Grosso é que poderemos avançar para a segunda etapa no fornecimento do gás boliviano, podendo aumentar o volume enviado ao Estado, o que vai depender da demanda junto à MT Gás".