A indústria de motocicletas registrou queda de 29,8% nas vendas do primeiro semestre em comparação com o resultado do mesmo período de 2008. Segundo dados divulgados hoje (7) pela Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), de janeiro a junho, foram vendidas 731,9 mil motos, contra 1,042 milhão comercializadas nos primeiros seis meses do ano passado.
Na comparação das vendas de junho, quando foram comercializadas 129 mil unidades, com as de maio, com 141,2 mil motos vendidas, a redução foi de 8,7%. Em junho do ano passado, foram comercializadas 178,2 mil motos, 27,6% a mais do que o vendido no mês passado. No entanto, a expectativa do setor é de recuperação na segunda metade do ano. A Abraciclo estima que as vendas dos próximos seis meses superem em 20% o resultado obtido até junho. A indústria espera atingir a marca de 1,7 milhão unidades, 11% inferior as 1,910 milhão do ano passado.
Para isso, a venda média dos próximos meses deve ter resultados semelhantes a abril, melhor mês do ano até agora, quando foram vendidas 152 mil unidades. Segundo o presidente da associação, Paulo Takeuchi, historicamente, “o segundo semestre sempre foi melhor do que o primeiro”.
Ele ressaltou, ainda, que houve um crescimento de 7% nas vendas do segundo trimestre em relação ao primeiro, efeito atribuído à suspensão da cobrança da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) – que era de 3% – em vigor desde dezembro e prorrogada por duas vezes, em março e em junho passado.
Takeuchi acredita que o aumento da oferta de crédito será um “fator decisivo” para aquecer o setor nos próximos meses. Para ele, a política dos bancos públicos, de redução das taxas e expansão dos financiamentos, deverá impulsionar o mercado. “Os bancos públicos começaram a entrar nisso [aumento da oferta de crédito], o que vai fazer com que os outros bancos venham junto”, avaliou.