Mato Grosso registra queda de 21% no volume de recursos emprestados ao Estado via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no primeiro quadrimestre deste ano na comparação com 2008. Esta é a quarta vez consecutiva que o montante reduz. O volume emprestado aos segmentos da agropecuária, indústria, infraestrutura, comércio e serviços totalizaram R$ 682,399 mil nos primeiros quatro meses deste ano contra R$ 862,906 mil em igual período de 2008.
Mais uma vez a retração nos empréstimos é puxada pelo setor agropecuário, que obteve uma variação negativa em 55%, baixando dos R$ 294,091 mil registrados entre janeiro e abril do ano passado para R$ 132,589 mil no mesmo período de 2009. O setor de comércio e serviços também registrou queda. No ano passado foram emprestados aos empresários deste segmento R$ 56,839 mil e este ano caiu para R$ 27,467 mil, o que representa um recuo de 52% de um ano para outro.
Até mesmo o segmento de infraestrutura, que estava registrando elevação nos desembolsos, caiu. O montante foi 29% menor no primeiro quadrimestre de 2009, quando os empréstimos totalizaram R$ 213,851 mil contra R$ 301,941 mil no mesmo período do ano passado. O representante do BNDES em Mato Grosso, José Carlos Dorte, afirma que os números estão cumprindo a previsão feita no fim do ano passado, quando se estimou um recuo nas liberações, motivado pela crise financeira internacional.
"Os bancos ficaram retraídos em fazer empréstimos, já que as garantias exigidas, principalmente no setor agropecuário depende do comportamento do clima. Mas apesar disso, nossas perspectivas agora são positivas e este comportamento já está mudando", diz ao acrescentar que os gerentes de bancos já estão procurando as empresas oferecendo crédito o que demonstra que o setor financeiro está se aquecendo novamente, apontando para um fechamento de 2009 com números semelhantes aos obtidos no ano anterior.
Porte – Os dados do BNDES referentes aos primeiros quatro meses deste ano trazem também o volume liberado por porte de empresa. Do total desembolsado no período (R$ 682,399 mil), 58% foi demandado por grandes empresas, que totalizaram R$ 399,289 mil em empréstimos. O segundo maior volume foi emprestado às micro empresas, que contabilizou R$ 177,217 mil este ano.
Apesar das participações consideráveis no bolo total, na comparação com 2008, quando as grandes empresas somaram R$ 538,609 mil e as micro R$ 203,716 mil, houve queda de 26% e 13%, respectivamente. "Em contra partida, as pequenas empresas registraram aumento na cifra emprestada, passaram de R$ 26,170 mil para R$ 33,187 mil, crescimento de 27%".