Crise econômica mundial, retração no consumo e diminuição da exportação. Este cenário prejudicou em cheio o setor de extração florestal do Nortão de Mato Grosso, principalmente as indústrias que vendem madeiras brutas e até beneficiadas, já que os negócios para o mercado externo praticamente foram pífios no primeiro semestre deste ano. A avaliação foi feita, ao Só Notícias, pelo presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad), José Eduardo Pinto.
No entanto, conforme o empresário, há esperança que a partir do segundo semestre as coisas possam melhorar para quem industrializa madeira, principalmente pela possibilidade do aumento das vendas para o mercado interno. "O investimento do governo Federal em construção civil fará com que haja comercialização dos produtos dentro do país, tanto da madeira bruta, usada em caixarias, como no beneficiamento".
Outro fator apontado pelo madeireiro que pode reaquecer o mercado, principalmente para os industriais do Nortão, é a escolha de Cuiabá para ser subsede da Copa do Mundo de 2014. "Isso movimentará toda a economia do Estado e desencadeará grandes obras em Mato Grosso. Acredito que por esses dois motivos teremos um segundo semestre melhor do que este. Ainda não será o ideal, pois estamos bem abaixo da média, mas sem dúvida será um cenário diferente".
Contudo, o setor de laminados e compensados vai demorar mais para ter recuperação, diz o presidente do Sindusmad. ‘Precisaria acontecer algo para que pudesse aumentar a exportação desses produtos, como desvalorização do real, por exemplo. Nesse patamar que o dólar está nossa madeira fica sem poder de competição". Conforme José Eduardo, para que os compensados do Nortão voltem a ser exportados, a moeda americana precisaria chegar aos R$ 2,50.