As vendas nos supermercados de Mato Grosso fecharam o primeiro quadrimestre com números positivos, porém abaixo dos obtidos pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A entidade nacional divulgou nesta quinta-feira o balanço das vendas nos estabelecimentos no período, cujo crescimento chegou a 5,7% ante o mesmo intervalo de 2008. No mês de abril isoladamente, as vendas tiveram alta de 16,9% no país.
O diretor da Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat), Altevir Magalhães, afirma que no Estado as vendas não atingiram este patamares, ficando em torno de 2% a 3% de crescimento no acumulado dos quatro primeiros meses de 2009, na comparação com igual período do ano anterior. E os números referentes ao mês passado também não foram tão altos como os revelados pela Abras. Altevir reforça que não é otimista demais, mas que está longe de ser pessimista.
"O pior já passou. A expectativa é que melhore no segundo semestre, mas mesmo assim manter a cautela, também nos investimentos pe mais prudente". Magalhães lembra que a associação não tem um levantamento exato sobre o desempenho das vendas no Estado e que analisando a rede de supermercados que dirige, Modelo, as vendas estão crescendo este ano, mas de maneira ponderada, diante do cenário de crise. "Temos que destacar ainda que a crise não tem um mesmo efeito para todas as empresas. Há aquelas que sentem mais ou menos os reflexos da retração econômica", diz ao completar que existem estabelecimentos que aproveitam a crise como forma de oportunidade e fazem investimentos, como compra de equipamentos, reformas e a ampliação das lojas.
No âmbito nacional, o presidente da Abras, Sussumu Honda, considera que os números positivos motivaram a elevação do percentual de crescimento nas vendas para este ano. Inicialmente a previsão era de expansão de 2,5% e com a revisão do número passou para 5%. Ele atribui o crescimento no mês de abril à Páscoa, que movimentou as lojas. Honda justifica que o otimismo está baseado na manutenção do rendimento médio dos trabalhadores, o maior consumo das famílias nos lares e o processo de estabilização dos preços.
No interior – Nas cidades do interior de Mato Grosso, a situação é um pouco diferente. O diretor da Asmat afirma que, se de um lado tem empresas fazendo investimentos, de outro tem empreendimento enfrentando dificuldade, principalmente relacionada à inadimplência. "No interior tem muita loja que vende a prazo, com cheque e até mesmo anotações em caderneta. E em um cenário de retração econômica, as pessoas passam a comprar menos e até mesmo a trocar de marca de produto, optando por um de qualidade inferior".
Mesmo com perspectivas diferentes de uma região para outra dentro do Estado, Magalhães considera que 2009 deve fechar com um crescimento, descontando a inflação, de 3%.