A proposta do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte -Simenorte- para as empresas fazerem acordos salariais individuais e definindo reposição salarial com funcionários das madeireiras em Alta Floresta, Paranaíta, Carlinda, Apiacás, Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes irritou o Sintaf -sindicato dos trabalhadores- que considerou o posicionamento antidemocrático. O Simenorte afirma que as adversidades econômicas interferiram no desempenho do mercado e também nas empresas, gerando “uma diminuição do preço e conseqüente dos lucros onde diversas empresas tiveram grandes perdas e estão com sérias dificuldades para continuar suas atividades”. Ainda em resposta ao sindicato dos empregados, o sindicato acrescenta também que endende ser “razoável que as cláusulas 4 (salário normativo) e 5 (reajuste salarial) sejam mantidas conforme convenção coletiva em vigor e que sejam realizados acordos coletivos de trabalho onde levariam em conta a realidade de cada empresa”. O Sintaf, que representa cerca de mil trabalhadores nas 6 cidades, não aceita s justificativas. “Não estamos desconsiderando que existe uma crise só queremos negociar e eles se recusam. Há uma certa radicalização”, declarou, ao Só Notícias, o presidente Antônio Carlos Candido da Silva.
O sindicalista ainda teceu críticas. “Uma carta no mínimo antidemocrática porque se existe o instrumento de negociação tem que ser mantido. A cada ano o sindicato [dos trabalhadores] fica mais surpreso com as atitudes do sindicato das empresas. Tem que haver pelo menos uma reunião e não somente mandar uma carta escrita. Estamos negociando reposição e deveria haver um pouco mais zelo”, dispara o dirigente.
Pelo menos vinte cinco tópicos compõem a pauta entregue pelo Sintaf ao Simenorte nas últimas semanas. Ainda segundo Silva, o sindicato dos trabalhadores deve procurar intermédio de instituições para mediarem as discussões, entre elas o Ministério Público do Trabalho. “Vamos buscar o apoio”, resumiu o sindicalista. Quanto ao reajuste, o Sintaf propôs índices diferentes de acordo com o piso salarial.
De acordo com o sindicato, aqueles que ganham acima do piso (R$ 475) o percentual pleiteado é de 12%. Quem recebe o piso, entre 15% a 20%.