Cuiabá é o município que concentra a maior arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) e do Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de Mato Grosso, principais componentes da receita tributária estadual. A capital respondeu, sozinha, por 40,23% de todo o ICMS arrecadado em Mato Grosso em 2008.
A arrecadação de ICMS em Cuiabá foi de R$ 1,6 bilhão, diante dos R$ 4,1 bilhões arrecadados pelo Estado. Do total de R$ 196 milhões arrecadados de IPVA em 2008, 31% (R$ 58 milhões) foram gerados em Cuiabá. Esse desempenho deve se manter ou ser superado na próxima década, uma vez que as perspectivas da economia de Cuiabá são positivas, conforme analisa o secretário de Fazenda de Mato Grosso, Eder Moraes.
O titular da Sefaz argumenta que os três pilares que sustentam a economia cuiabana – o comércio, o setor de serviços (inclusive serviços públicos) e a indústria – apresentam bons sinais de aquecimento para a próxima década, apesar da crise financeira mundial. Isso porque a crise produzirá como um dos efeitos colaterais o fortalecimento do mercado doméstico brasileiro. “Setores que não são voltados para a exportação (comércio de bens não duráveis e serviços) serão beneficiados”, justifica Moraes.
Ele acrescenta que inclusive o setor agropecuário, sem muita tradição em Cuiabá, contribui com a economia da Capital, visto que o município é grande fornecedor atacadista de mercadorias e de serviços para o agronegócio, como o ensino superior, serviços mais sofisticados de saúde e entretenimento. “Ademais, Cuiabá é a cidade mais industrializada de Mato Grosso. Na Capital, estão também as sedes das maiores empresas no ramo de telefonia, energia elétrica e comércio atacadista do Estado”, comenta o secretário de Fazenda.
Na avaliação de Moraes, os setores que devem ter melhor desempenho na próxima década são os de comércio e serviços. Neste último caso, especialmente os de tecnologia, saúde e educação. “É justamente nesses segmentos econômicos que Cuiabá é muito forte”, pontua.
Em relação à industrialização na Capital, Moraes argumenta que não vê tendências de forte crescimento. “A industrialização de Mato Grosso é forte no setor de processamento de alimentos. Por conseguinte, as plantas industriais tenderão a estar mais próximas aos centros produtores das matérias-primas, que são os grãos e fibras agrícolas e as carnes (frangos, bovinos e suínos)”, analisa Eder.
Outro setor com boa tendência de crescimento industrial é o moveleiro. “Todos são segmentos industriais que somente se tornam competitivos se a planta industrial mantiver proximidade ao centro de produção da matéria-prima”, assinala o secretário.
Na avaliação de Moraes, não é preciso, necessariamente, que Cuiabá tenha as plantas industriais instaladas em seu território urbano para partilhar da prosperidade gerada pelo agronegócio e pela industrialização de alimentos. “A Capital tem de estar preparada para recepcionar parte da riqueza e da renda gerada nesses setores através da oferta de boa infraestrutura logística, excelência em serviços de ensino, saúde, entretenimento, comercialização, dentre outros”, pontua.
Em Cuiabá, o Produto Interno Bruto (PIB), que significa a soma (valores monetários) de riquezas produzidas em uma região, foi da ordem de R$ 7,1 bilhões em 2006, o que representou um crescimento de 2,96% em relação a 2005. O PIB de Cuiabá representa 20,4% do PIB total do Estado, da ordem de R$ 35,2 bilhões (2006).