A empresa aérea OceanAir pode voltar a fazer voos para Alta Floresta caso um estudo a ser elaborado pela empresa, em parceria com o Governo de Mato Grosso e prefeituras do Nortão, mostre a viabilidade econômica do trajeto.
A perspectiva foi aberta durante uma reunião na manhã de hoje, em São Paulo (SP), entre diretores da empresa, Secretaria de Estado de Turismo e prefeitos e deputados da região Norte do Estado.
Basicamente a empresa vai estudar o impacto econômico de duas medidas: a primeira, a utilização do benefício fiscal proporcionado por um decreto estadual, que reduz de 25% para 12,5% o ICMS sobre combustíveis; e a segunda, o compromisso de 16 prefeituras do Nortão, de comprarem uma cota mensal de passagens, a preços fixos, e garantir uma ocupação mínima da aeronave.
Além disso, a Prefeitura de Alta Floresta também concordou em abrir mão de sua parte nas taxas de embarque e desembarque no aeroporto municipal. Hoje a prefeitura tem direito a dois terços da taxa que é cobrada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
E ficou acertado também que o Governo do Estado vai se reunir com as empresas aéreas regionais que atuam em Mato Grosso para que elas direcionem voos para Alta Floresta, aumentando o fluxo de passageiros no aeroporto local. Um passageiro que estivesse nas regiões Leste ou Oeste do estado, por exemplo, poderiam passar por Alta Floresta antes de se deslocar para grandes centros como Brasília ou São Paulo.
De acordo com a OceanAir, a aeronave que faz o voo diário entre Cuiabá, Alta Floresta e Ji-Paraná (RO) tem uma taxa de ocupação de 40 passageiros, quando o ideal seria em torno de 80. No próximo dia 15, a aeronave fará um último voo para Alta Floresta e depois será deslocada para outro trecho. Mas a empresa informou que, caso a rota seja retomada, um avião da empresa colombiana Avianca, controlada da OceanAir, poderá ser utilizado.
De acordo com a secretária adjunta de Estado de Turismo, Vanice Marques, a reunião com a OceanAir abre uma perspectiva animadora, já que a empresa se mostrou aberta às propostas. “Mostramos à OceanAir que ela só tem a ganhar com a manutenção dos voos, já que a região de Alta Floresta tem um imenso potencial econômico e turístico”, disse ela.
Segundo Vanice, Mato Grosso também divulgou esse potencial durante uma reunião na Anac, na tarde de ontem (05), e outras empresas aéreas, como a Gol, se mostraram interessadas.
Para o vice-prefeito de Alta Floresta, Luiz Antônio Ferreira de Melo, as reuniões trouxeram um pouco de alívio. “Gostaríamos que houvesse a manutenção dos voos, mas mesmo assim estamos muito animados. Para nós é muito importante não perder essa ligação direta com Cuiabá”, afirmou.
Campanhas publicitárias mostrando as vantagens de se viajar de avião os 730 quilômetros entre Cuiabá e Alta Floresta, em relação aos transportes terrestres, diz o deputado estadual Ademir Brunetto, também podem colaborar para a manutenção e até a ampliação dos voos.
De acordo com o deputado federal Valtenir Pereira, a união das autoridades mato-grossenses em torno da questão é um fator que a empresa também deve levar em conta. “O Governo do Estado e as prefeituras estão muito empenhados, e isso será levado em consideração pela empresa”, disse ele.