Mato Grosso poderá ter que desembolsar em 2009, ano que é anunciado como o da crise econômica mundial, R$ 1 bilhão entre juros, encargos e amortização da dívida que no ano de 2008 já atingiu R$ 706 milhões, sendo R$ 286 milhões de amortização e R$ 420 milhões de juros e encargos.
“Isso é um sadismo fiscal sem precedentes que impede o crescimento da economia estadual”, disse o secretário de Fazenda, Eder Moraes, assinalando que a proposta de não correção e não pagamento dos juros por dois anos impediria os efeitos da crise em todo o Brasil.
Para os deputados José Riva (PP), presidente da Assembléia, o 1º secretário, Sérgio Ricardo (PR) e o líder do PPS, Percival Muniz, tais números preocupam. Os parlamentares querem que o Legislativo esteja atento e em busca de uma proposta alternativa a ser apresentada ao presidente da República. “Não é possível que um Estado fundamental para o equilíbrio da balança comercial graças a produção agrícola não possa ser atendido pela União. Acredito que o governador Blairo Maggi (PR) deveria utilizar do seu prestigio pessoal e cobrar uma melhor posição”, pontuou Percival Muniz.
Já o presidente, deputado José Riva (PP) alertou que se decisões não forem tomadas a crise será devastadora no interior, pois os municípios dependem dos repasses federais que já dão sinais de enfraquecimento, bem diferente da ascensão dos últimos três anos. “Em fevereiro já houve uma redução de 5% na arrecadação de impostos em relação a 2008 o que está representando menos R$ 218 milhões para os municípios brasileiros segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM)”, disse o progressista.
Percival apontou que é um absurdo Mato Grosso pagar mais de R$ 700 milhões em um único ano de dívidas e juros e em contrapartida receber apenas R$ 74,8 milhões em investimentos da União.
“Estão tratando Mato Grosso com um descaso sem precedentes”, pontuou.
O 1º secretário, Sérgio Ricardo defendeu a composição de um documento que será assinado pelos 24 deputados e a formação de uma comissão que em Brasília buscará apoio do Congresso Nacional para se construir uma ponte de entendimentos com o governo federal a fim de salvar, principalmente, os municípios da falência.