Nada menos que 75% das empresas acreditam que o cenário de turbulência em âmbito econômico pode impedir total ou parcialmente a realização de investimentos para este ano.
A natureza dos investimentos em 2009 muda de expansão da capacidade produtiva para melhoria na qualidade e eficiência dos produtos, segundo 41% das organizações. Para se ter uma ideia da mudança, mais da metade do investimento planejado era voltada para o aumento da produção em 2008.
Os resultados integram a Sondagem Industrial Especial, realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) entre 5 e 26 de janeiro de 2009, com 1.407 empresas (749 pequenas, 444 médias e 214 grandes), e divulgada nesta quinta-feira (19).
Pessimismo
Com o pessimismo quanto à demanda para este ano, o índice que mede a adequação da capacidade produtiva alcançou os 54,7 pontos, o maior desde 2003, quando começou a ser medido.
A folga prevista da capacidade é maior entre as grandes empresas, que enfrentam redução principalmente na demanda externa. Ela só não seria adequada para 9,4% das empresas consultadas.
A expectativa é de redução das compras de máquinas e equipamentos para mais da metade das empresas de grande porte em comparação com 2008. Apenas o setor refino de petróleo pretende ampliar a aquisição de equipamentos em relação ao ano anterior. Em todos os demais 26 setores pesquisados, o prognóstico é de queda.
A maior parte dos investimentos previstos para os próximos meses terão como objetivo atender ao mercado interno. Apenas 3% das empresas afirmaram que o foco de seus investimentos está voltado para o mercado externo.