A queda das barreiras que tornaram Mato Grosso área 100% habilitada a exportar carne bovina in natura para a União Européia e a mobilização de pecuaristas/frigoríficos para adequarem-se às exigências do bloco têm gerado novas perspectivas econômicas para a região Norte. Esta semana, a Fazenda Bacaeri, de Alta Floresta, tornou-se a primeira do Nortão a vender animais rastreados para a UE. Os 270 bovinos foram transportados a um frigorífico de Rondonópolis para o abate porque mesmo havendo outras empresas habilitadas na região, é preciso publicação no Diário da União tornando-as aptas a negociar.
Para garantir a venda dos bovinos, a fazenda altaflorestense passou por uma criteriosa auditoria. Na primeira, pela GR Rastreabilidade Animal, e, a outra, por técnicos do Ministério da Agricultura. Conforme explica o veterinário e diretor George Danielides, animais destinados aquele mercado têm maior valorização frente aos negociados internamente.
“A propriedade faz rastreabilidade desde 2004 e a cada seis meses sofria a auditoria da empresa certificadora, checagem de rebanho, numeração dos animais, documentos, controle de estoque de brinco”, declarou, ao Só Notícias, salientando ainda que “por ser um boi destinado à Europa, os pecuaristas lucram sete reais a mais pela arroba”.
No Nortão, segundo a empresa, há pelo menos 51 propriedades esperando a vistoria do ministério e a inclusão na lista Traces (que reconhece a habilitação). Com a Bacaeri, sobe para três o número de fazendas aptas a exportar ao bloco. Também em Alta Floresta está autorizada a Fazenda Mariana e, em Sorriso, a Terra Brasil.
Para o pecuarista Antônio Francisco dos Passos, a venda de gado para a União Européia consolida novas relações comerciais na região e abre portas para que criadores ampliem a competitividade. “Esperamos que isto dê continuidade aos negócios com maior valor agregado, valorizando a carne, para termos a segurança de trabalhar”, ponderou.