O número de trabalhadores que deram entrada em pedidos de seguro-desemprego no país cresceu cerca de 20% em novembro de 2008, na comparação com mesmo período de 2007, segundo dados do Ministério do Trabalho. Ao todo, 499.377 trabalhadores requisitaram o benefício em novembro de 2007. Em 2008, esse número subiu para 614.511.
Para o secretário-geral nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, é preciso ter cautela para analisar os dados do emprego no país. No entanto, ele não descarta a influência da crise econômica internacional no crescimento dos pedidos de seguro-desemprego, auxílio pago com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
“Acredito que no mês de novembro de 2008, [os dados do Ministério do trabalho] tenham computado algumas questões. A rotatividade de mão-de-obra e os primeiros sintomas da crise econômica. Mas é difícil precisar se todo esse acréscimo foi em função da crise”, disse Severo à Agência Brasil, por telefone.
De acordo com o sindicalista, em 2007, foram demitidos no país 12,7 milhões de trabalhadores e 14,3 milhões foram contratados. “Então, ocorreu, de fato, uma grande rotatividade no emprego em 2007. Temos que ter muita cautela para saber o que realmente é desemprego”, ponderou.
“Sem dúvida, os efeitos nos meses de setembro, outubro, novembro e depois em dezembro de 2008 demonstram que há excedente de demissões maior do que em anos anteriores. Não há dúvida de que isso é em função do momento econômico que estamos vivendo.”
Segundo o Ministério do Trabalho, na comparação entre os meses de outubro de 2007 e de 2008, houve uma redução de 3.326 pedidos de seguro-desemprego. Em setembro de 2007, 527.957 trabalhadores requisitaram o benefício e no mesmo período do ano passado 524.631 solicitaram o auxílio.