Comprar imóveis na planta tem sido a opção de investidores de todo o Estado. De olho na valorização territorial em Cuiabá, moradores do interior procuram construtoras e imobiliárias para investir na Capital e ter um ponto de apoio para quando visitam a cidade. O investimento pode render um faturamento até 40% superior ao preço pago no momento da aquisição do imóvel na planta, durante a construção.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais, Comerciais e Condomínios de Cuiabá e Várzea Grande (Secovi) a iniciativa é alternativa de alguns consumidores que nem sempre pensam no aluguel do imóvel, mas em sua revenda após um tempo. O presidente da entidade, Marcos Pessoz, alerta porém, para alguns detalhes que devem ser observados antes da aquisição. "Eu alerto para aspectos como localização, a empresa que realiza a obra, o acabamento e até questões como posicionamento do sol para que o investidor tenha o retorno esperado".
O médico Ademar Garcia é um exemplo de consumidor que passa a vendedor. Após a entrega de seu imóvel pela construtora, ele pensa em revender o imóvel e adquirir outro em seguida. "Comprei já pensando em vender para comprar outro. Espero uma retirada de 30% a 40% sobre o que investi".
Marcos Pessoz diz que a prática, entretanto, é menor do que há algum tempo em virtude da valorização. "Cuiabá está atingindo um nível que a valorização chega ao limite e o volume de oferta de imóveis é constante por causa dos lançamentos", afirma ao relatar que muitos começam a investir no interior.
Na construtora São Benedito a procura por pessoas de fora da Capital é grande. O gerente César Moraes conta que os produtores rurais procuram tanto para ter um ponto de referência em Cuiabá, quanto para diversificar as aplicações. "Hoje em dia não existe mais aquela preocupação em investir tudo no campo. Devido à volatilidade do campo e às mudanças no mercado, muitos migram para o setor da habitação".
Entrega de chaves – No último dia 1º a Plaenge entregou seu 45º empreendimento no Estado avaliado em R$ 50 milhões. O gerente Rogério Iwankiw revela que para o próximo ano mais 11 edifícios serão entregues. De acordo com o gerente, além da valorização do empreendimento em si, a construção de infraestrutura influi na elevação de preços.
Imóvel Pronto – Algumas corretoras de imóveis defendem que a aquisição de um imóvel construído ou até usado pode ter vantagens exclusivas. De acordo com a Cid Imóveis, além do benefício de poder utilizar o bem de imediato, a vizinhança já está estabelecida e algumas benfeitorias não são contabilizadas. "No caso de uma piscina, por exemplo, o dono do imóvel não transfere para o valor final da casa todo o custo da construção", afirma Aparecido Ternvoi, proprietário da Cid Imóveis.
Outro ponto levantado como vantagem para aqueles adquirem o imóvel pronto é a possibilidade de renegociar o valor. Segundo Ternvoi a opção não é possível entre imóveis na planta porque os preços geralmente são tabelados. "Um imóvel usado pode representar um economia de até 50% em relação ao novo".