A assembleia geral de credores convocada pelos frigoríficos Independência S.A. e Nova Carne Indústria de Alimentos Ltda., realizada ontem, concedeu mais prazo para que os empreendimentos paguem o que devem aos pecuaristas de cinco estados, incluindo os do Estado. O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, que participou da reunião, afirmou que agora resta aos pecuaristas “rezar” e esperar para que as empresas cumpram com o novo acordo firmado.
Segundo informações da assessoria da entidade, a promessa da assembleia de ontem foi de suspender o pagamento das parcelas nos meses de setembro e outubro, normalizando a partir do dia 8 de novembro, com o pagamento dessas duas parcelas, corrigidas pela taxa Selic, mais a parcela de novembro. Além disso, as empresas propuseram o pagamento das 23ª e 24ª parcelas, antecipadamente nas parcelas 21ª e 22ª. “O pecuarista continua na incerteza, pois para honrar com o comprometido o Independência vai ter que arrumar dinheiro novo e isso não temos garantia que vai acontecer”, analisou.
Apesar do cenário de incertezas, o superintendente analisa que houve “avanço”. Segundo ele, a proposta inicial era a suspensão do pagamento das parcelas aos pecuaristas credores por quatro a seis meses, o que por fim ficou em apenas dois meses. “O negócio é se isso realmente irá acontecer, e vamos torcer que eles consigam, pois as unidades dessas empresas são muito importantes para o pecuarista e a economia dos municípios onde elas funcionam”.
Na assembleia do dia 05 de novembro de 2009 foi aprovada o pagamento à vista de R$ 100 mil e os com crédito superior, R$ 100 mil de entrada e saldo dividido em 24 parcelas, pagas a partir de março deste ano, e corrigidas pela taxa Selic. Os credores do frigorífico Independência estão em cinco estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Minas Gerais e Goiás. O Independência quando entrou com o pedido de recuperação judicial, tinha uma conta a pagar de R$ 152,4 milhões com 1.524 pecuaristas. A dívida total do Independência era de aproximadamente R$ 3 bilhões.