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Mato Grosso terá usina experimental de etanol de milho

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Começa operar quarta-feira (4) a usina experimental de etanol a partir do milho. A iniciativa da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e produtores rurais visa solucionar o problema de desvalorização do grão em virtude do excedente de produção no Estado.

O presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, explica que a usina vai servir como uma experiência para o estudo de viabilidade do projeto, mas que além da criação de usinas de etanol, o projeto também visa capacitar usinas de biodiesel existentes no Estado para a fabricação de etanol. "Temos um potencial instalado para a fabricação de biodiesel que não é utilizado que pode ser transformado em usinas flex e que transformariam nosso milho em combustível".

Glauber diz que a iniciativa vem da observação dos Estados Unidos que processa grande parte da produção, mas que por falta de capital, as unidades de fabricação seriam adaptadas no Estado, já que o investimento em grandes usinas é caro. Vamos fazer projetos menores. Uma propriedade de 400 a 500 hectares investiria hoje cerca de R$ 400 mil na instalação de uma pequena usina. Mas para isso, é preciso conhecer a viabilidade, quanto se produziria, por quanto seria vendido".

Mato Grosso produz a partir da cana-de-açúcar cerca de 850 milhões de litros de etanol por ano, responsável pelo abastecimento dos estados de Rondônia, Acre, Amazonas e Mato Grosso. O excedente da produção, 150 milhões de litros, são enviados para outras regiões. O presidente do Sindicato da Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), Piero Parini, diz que apóia a iniciativa da Aprosoja por ser uma solução para os produtores de milho, mas que antes de investir é preciso realizar estudos sobre as condições de infraestrutura do Estado, já que esta produção seria voltada para a exportação. "Hoje o Estado produz mais do que consome e uma produção extra teria que se voltar para exportação. Porém, possuímos gargalos, como a questão logística, que inviabiliza o envio do combustível".

Parini diz que apoia a iniciativa, desde que estudos sejam feitos. "Não podemos nos precipitar. Caso os estudo sejam feitos, a produção de etanol a partir do milho pode trazer benefícios para as usinas de cana-de-açúcar". Glauber acredita que a iniciativa pode diminuir os problemas enfrentados pelos produtores de milho que hoje dependem dos leilões e prêmio oferecidos pelo governo federal e que mesmo assim não conseguem uma renda superior aos custos de produção. O preço mínimo do milho este ano é R$ 13,98, mas produtores no Norte de MT estimam que estão recebendo R$ 9,50/saca.

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