Os técnicos do Centro Nacional de Prevenção de Acidentes (Cenipa) e da Aeronáutica recolheram material para diagnosticar os fatores que contribuíram para a queda do avião monomotor Corisco, PT-NBE, na Serra de São Vicente, a 100 km de Cuiabá. O acidente aconteceu no final de semana e, segundo informações dos órgãos, o resultado não tem a função de apontar culpados ou falha do piloto. O documento tem o objetivo de auxiliar a mudança dos procedimentos em aeroportos para evitar novas tragédias semelhantes e será anexado ao inquérito policial.
O caso é investigado pelo delegado municipal de Santo Antônio do Leverger (34 km ao sul de Cuiabá), Sidney Caetano de Paiva, que já esteve no local do acidente, mas não encontrou o transponder ou GPS. Ele destaca ainda que nenhuma testemunha presenciou a tragédia, pois foi em um ponto isolado.
O inquérito será instaurado porque ocorreram mortes, seguindo o procedimento padrão em casos com vítimas. O delegado explica ainda que assumiu as investigações porque a Serra de São Vicente faz parte da jurisdição de Santo Antônio do Leverger.
As vítimas foram o advogado Luiz Carlos da Silva Militão, que era piloto na aeronave e atuava no Estado em conflitos agrários, além de fazendeiro Claudemir Guareschi, dono de terras na região do Araguaia. Os corpos foram liberados ontem pelo Instituto de Medicina Legal (IML).
O local do acidente fica após a Escola Agrícola. É preciso entrar em uma estrada vicinal e ainda caminhar por 1 hora para chegar ao ponto. O avião teve toda a parte frontal destruída e ainda havia marcas de sangue das vítimas nas pedras.
A Aeronáutica foi avisada do desaparecimento da aeronave no domingo (18). Chovia muito e tanto o aeroporto de Várzea Grande como o de Santo Antônio do Leverger negaram autorização para o pouso. O piloto optou por descer em Rondonópolis (214 km ao sul de Cuiabá), mas a aeronave caiu antes de concluir o percurso.
Os destroços foram achados pelo helicóptero da Polícia Militar na tarde de segunda-feira (19). Desde então, a Polícia foi acionada para fazer a perícia e o IML para retirada dos corpos.
O avião saiu de Goiânia, Goiás, onde morava o advogado, na manhã de domingo, com destino a Várzea Grande. Em setembro, o filho do advogado, Luiz Carlos Militão Filho, também foi vítima de um acidente de avião perto de Goiânia.
O corpo de Militão foi levado para Goiânia e será velado na Capela Jardim das Palmeiras.