Os ministros da Casal Civil, Dilma Roussef e da Agricultura, Reinhold Stephanes, devem participar, dia 15, em Lucas do Rio Verde, da audiência para debater a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste ligando Goiás, Mato Grosso a Rondônia para escoamento da safra agrícola e outros produtos até o porto e, consequentemente, ao mercado internacional. O DNIT – Departamento Nacional de Infra-Estrutura- planeja construir 1.602 km de ferrovia entre de Uruaçu (Goiás) até Vilhena (RO), nos próximos quatro anos.
A Centro-Oeste terá entroncamento com Ferrovia Norte-Sul na cidade goiana, cruzará Mato Grosso no sentido leste-oeste, tendo um ramal em Lucas do Rio Verde, e chegará até Vilhena. De Uruaçu a Lucas serão 1.004 km de trilhos (veja mapa abaixo). Até o ano de sua conclusão, 2014, a previsão é de investir R$ 4,1 bilhões. Já no trecho Lucas e Vilhena, com 598 quilômetros, devem ser investidos R$ 2,3 bilhões. Se sair do papel, a ferrovia possibilitará o escoamento da safra de Lucas (maior produtor de milho safrinha), Sorriso( campeão brasileiro em produção de soja), Nova Mutum, Sinop, Trivelatto e muitas outras cidades do Médio Norte e Nortão, reduzindo custos com frete e proporcionando também mais renda para os agricultores. Alguns municípios da região estão entre os maiores exportadores brasileiros de grãos.
O governo federal classifica a Ferrovia de Integração Centro-Oeste como “a primeira parte de um projeto gigantesco, a Ferrovia Transcontinental (EF-354). No Plano Nacional de Viação a EF-354 é planejada com 4.400 quilômetros de extensão. Ela segue de Uruaçu para o leste, passando pelo Distrito Federal, Minas Gerais até o litoral fluminense. Para o oeste o plano indica um caminho de Vilhena rumo ao Acre até a divisa fronteira com o Peru”.
Os estudos preliminares de impactos ambientais e o projeto básico da Ferrovia de Integração Centro-Oeste foram iniciados ano passado. A obra será executada pela VALEC e está inserida no novo Plano de Aceleração do Crescimento, programado pelo Governo Federal. Segundo o presidente da Empresa, José Francisco das Neves, as obras devem começar no próximo ano.
Por se conectar com a Norte-Sul, a ferrovia de Integração Centro-Oeste dará novo impulso para o desenvolvimento dos estados de Mato Grosso, Rondônia e o sul dos estados do Pará e Amazonas, principalmente com a produção de grãos, açúcar, álcool e carne. “Com a redução dos custos no transporte de cargas, com acesso mais rápido a vários portos, a região deve atrair grandes projetos e investimentos da iniciativa privada e, por conseguinte, gerar empregos, renda e melhoria da qualidade de vida para os habitantes”, afirma o presidente do DNIT, Luiz Antônio Pagot.
As audiências públicas serão realizadas também em Vilhena, dia 13, em Água Boa (MT) dia 16 de abril e a última em Uruaçu (GO), dia 17.