O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, manifestou, ontem, preocupação com a falta de infra-estrutura para escoar a safra de Mato Grosso. “O pior é que não enxergo solução, um plano estratégico para resolver a questão do Centro-Oeste”, criticou. “Desde o dia em que entrei neste ministério ouço falar da hidrovia Teles Pires-Tapajós (ligando o Nortão de Mato Grosso até o porto em Santarém-PA) e até hoje não vi, sequer, um estudo técnico para saber se ela é mesmo viável”, atacou. “Precisamos de mais clareza no plano estratégico de médio e longo prazos não só para o escoamento da produção, mas também dos insumos básicos para a produção”, apontou, em entrevista à Agência Estado.
O ministro considera o problema tão grave que os custos com o transporte de alguns produtos, como o milho, por exemplo, acabam sendo maiores do que o valor do próprio grão. “Isso mostra que o sistema de escoamento está inadequado”, argumentou. Stephanes ressaltou que a soja apresenta um quadro semelhante ao do milho e que, em breve, haverá problemas com a carne bovina também.
O ministro disse ainda que os portos brasileiros não estão sendo aparelhados para atender às demandas nacionais. “Os problemas na área de escoamento são muito grandes”, resumiu. Indagado a respeito de quem seria a responsabilidade pelo atraso nessas melhorias de infraestrutura para a agricultura, Stephanes foi direto: “O Ministério dos Transportes e o de Portos e Vias Navegáveis.”