As captações de empresas brasileiras apresentaram, até novembro de 2011, queda em comparação ao mesmo período de 2010. As captações com ações alcançaram R$ 19 bilhões, o mais baixo volume desde 2006, segundo o Panorama Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) divulgado nesta sexta-feira (16), que destaca que as incertezas quanto ao impacto da crise externa no cenário doméstico influenciaram o volume e o perfil de renda variável.
No mercado exteno, os lançamentos de DRs totalizaram mais de US$ 1,1 bilhão, segundo a Anbima devido a queda nos preços dos ativos em bolsas de valores em todo o mundo, aumentando a incerteza e a migração de recursos na busca de ativos de menor risco. Com isso, as empresas brasileiras não levantaram recursos internacionais com o lançamento de ações, fazendo com que o mercado acionário recuasse 87,2%, em comparação com 2010 – mesmo sem considerar a captação de R$ 120,2 bilhões captados pela Petrobras, as ofertas registraram queda de 33,3% no ano.
No entanto, este ano as captações com títulos de dívidas no exterior apresentaram redução no comparativo com o ano passado. Até outubro as emissões somaram US$ 31,5 bilhões, queda de 11,8% em relação ao mesmo período de 2010. O panorama aponta que dados preliminares dos meses de novembro e dezembro indicam volume adicional de US$ 4,3 bilhões, contudo dificilmente o volume anula será superior ao observado em 2010 – US$ 40,4 bilhões.
Mercado doméstico concentra captações
Segundo o relatório, a ausência de um mercado externo favorável faz com que o mercado interno se apresentasse como a melhor alternativa para as empresas. Os títulos de dívida responderam por 80,4% dos R$ 96,7 bilhões levantados em 2011, sendo que entre os títulos de renda fixa, as debêntures lideraram as captações com R$ 40,9 bilhões, equivalente a 42,3% do total do mercado doméstico.
Em segundo lugar estiveram as notas promissórias, com captações de R$ 15,4 bilhões, todas na modalidade de esforços restritos. Também merecem destaque os produtos estruturados que em 2011, foram realizadas 44 operações com FIDCs (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) somando R$ 10,4 bilhões. Já os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) apresentaram alta de 60,3% em volume, com 143 operações.
Por fim, entre as debêntures emitidas em 2011, algumas características observadas em 2010 permanacem, como o prazo médio de cerca de cinco anos, a participação de ativos indexados à taxa DI, que somam aproximadamente 90% das debênturesm e maior parte de recursos captados para o financiamento de passivos das empresas.