As altas taxas de juros e a excessiva burocracia são os principais entraves para a expansão do crédito no Brasil, segundo análise do presidente do Grupo Advento e vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), Juan Quirós.
De acordo com ele, para que a relação crédito/PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil se aproxime do patamar alcançado em países desenvolvidos, é necessário que o governo brasileiro amplie linhas de crédito específicas, elegendo segmentos com potencial de crescimento, para financiamentos com juros menores e acesso facilitado.
Dessa forma, acredita, além de aumentar o percentual de participação do crédito no PIB, a medida contribuiria para a sustentabilidade do crescimento econômico e para uma inclusão social mais expressiva.
Crédito/PIB
Ainda conforme análise de Quirós, ao contrário do que ocorre com países como Estados Unidos e Japão, cuja participação do crédito no PIB tem diminuído por conta da crise, no Brasil, esta relação tem aumentado gradualmente nos últimos anos, apesar de ainda ficar aquém do verificado naqueles países, cuja relação se aproxima de 180%.
Por aqui, no primeiro semestre de 2008, a relação crédito/PIB era de 37%. Um ano depois, este percentual passou para 44,6%, atingindo 47,2% em junho de 2011.
Segundo Quirós, os dados relativos a 2011 mostram que as operações contratadas com recursos livres totalizaram R$ 1,20 trilhão, correspondentes a 65,3% do estoque total de crédito do sistema financeiro, com elevação de 17,9% nos 12 meses encerrados em junho.
No mesmo período, as operações com recursos direcionados, que contemplam as linhas de crédito específicas, evoluíram 24,1%, atingindo R$ 640 bilhões, elevando a participação no total para 34,7%, ante 33,5% de junho de 2010. Sobre o volume total, as operações de crédito para pessoas jurídicas representaram 53,6% e para pessoas físicas, 46,4%, ambas com crescimento de 17,5% em 12 meses.