O presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad), José Eduardo Pinto, confirmou, nesta manhã, que buscará durante a semana ser reunir com o secretário de Estado do Meio Ambiente (Sema), Alexander Maia, para apresentar o caos que está no setor provocado em função da greve dos servidores da secretaria, que já soma aproximadamente 40 dias. “Até agora, a gente estava em uma posição de tentar a conciliação entre os grevistas e o governo, como não foi possível isto nós precisamos tomar outros caminhos”, destacou, em entrevista coletiva.
Eduardo afirmou que, além de Maia, deve ser buscado também na próxima semana, reunião com o governador Silval Barbosa. Caso não haja solução, a Justiça poderá ser a próxima alternativa do setor de base florestal. “E, se até o final da semana que vem essa situação não se resolver temos diversos caminhos a seguir, inclusive o judicial”, enfatizou.
Os prejuízos já estão sendo altos no setor, incluindo demissões. “Temos contabilizados a perca de 2 mil empregos com reflexo na economia de todo o Norte do Estado. O setor está trabalhando hoje, na casa de 50 a 60% do que poderia estar em função do mercado e capacidade instalada e, muita arrecadação do imposto está deixando de ser feita porque não está escoando madeira, poderia estar escoando um volume maior”, disse.
Os números correspondem a dados estaduais e os reflexos ainda poderão ser maiores já que o setor depende da seca para formar estoque e trabalhar no período chuvoso. Segundo Eduardo, não há manejo aprovado e, mesmo que haja celeridade após greve, ainda há o período burocrático para aprovação. “Por mais que a gente corra ainda vai demorar mais uns 30 dias para aprovar esses manejos, ou seja, não vamos conseguir formar estoques reguladores para o período de chuvas e, com certeza, no período de chuvas, as demissões deverão aumentar infelizmente”, reforçou.
Conforme dados do setor com base nas informações da Sema, até a última quarta-feira (27), foram aprovados apenas 87 planos de manejos no Estado. O mesmo levantamento aponta que em 2010 foram aprovados 164 e, em 2009, 244. Já em 2008, fechou em 284 aprovações.
A saída, segundo Eduardo, é o término imediato da greve. “E que o secretário se comprometesse a colocar o maior número de técnicos em cima de análise de processos de LAU [Licença Ambiental Única] e de manejo, porque a maioria dos manejos estão travados por falta de LAU”, concluiu.
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