Consumo de gás natural aumentou 21,7% em Mato Grosso nos primeiros 5 meses deste ano, na comparação com igual intervalo de 2010. De janeiro a maio foram consumidos 805,9 mil metros cúbicos (m3) do produto, contra 661,7 mil (m3) no ano anterior. Expansão está associada basicamente à demanda pelo Gás Natural Veicular (GNV). Em maio, foram 186 mil (m3) do combustível, volume mensal recorde este ano.
Os dados são da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) e mostram que em maio houve aumento de 51% sobre o volume de abril, quando foram demandados 123 mil metros cúbicos. No comparativo de abril março, que totalizou 176,7 mil (m3), houve queda de 30%. A perspectiva é que o consumo do combustível no Estado registre estabilidade uma vez que o fornecimento de GNV está regular e não há sinalização de suspensão por parte do governo boliviano.
Na opinião do secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, a procura pelo produto tende a aumentar ainda mais no Estado, uma vez que é um dos combustíveis mais competitivos, com preço menor que o etanol. “O gás natural de Mato Grosso é um dos mais baratos do Brasil. Em outros estados ele custa entre R$ 1,70 e R$ 1,80”. Nos postos mato-grossenses o metro cúbico do GNV está R$ 1,49.
A competitividade do gás natural sobre outros combustíveis, especialmente sobre o derivado da cana-de-açúcar, é comprovada matematicamente. Adailton Lutz é taxista em Cuiabá e comprou um veículo novo que pode ser abastecido com gás. A tecnologia veio de fábrica e ele conta que não se arrependeu do investimento. “Antes eu gastava em média R$ 50 por dia e agora estou tendo um custo de R$ 16, uma boa economia”, conta ao informar que isso reflete diretamente no ganho diário com as corridas.
Lutz afirma ainda que o rendimento do combustível também é expressivo. Se antes ele andava 65 km com 10 litros de etanol, agora ele percorre 110 km com 10 metros cúbicos. “Além de proporcionar a economia para o bolso do motorista, é um combustível menos poluente e que causa danos menores ao ambiente”.
Para estimular ainda mais o consumo, o proprietário de posto que revende GNV João Marcelo Borges, afirma que o governo estadual deveria promover estímulos. Em Mato Grosso, segundo o empresário quando o executivo estadual queria iniciar e fomentar o uso de gás natural no Estado houve incentivo, o que não ocorre hoje. “Em outros estados como São Paulo, os proprietários de veículos adaptados com gás natural têm desconto no Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), em outros recebem compensação pelo investimento no produto”.
Termelétrica de Cuiabá – O consumo de gás natural deve crescer ainda mais este ano. Segundo o secretário Pedro Nadaf até julho a usina Governador Mário Covas (Termelétrica de Cuiabá) deve estar em operação, gerando energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN). Segundo ele só faltam alguns ajustes por parte da Petrobras (que vai fornecer o insumo energético à planta) e a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).
O diretor-presidente da Empresa Pantanal Energia (EPE), Fábio Garcia, complementa dizendo que todos os esforços estão sendo feitos para acelerar os últimos acertos para o abastecimento da unidade. “Só faltam alguns processos junto às agências de regulação de energia do Brasil e da Bolívia para a liberação do gás”, diz ao complementar que outros pontos do contrato como volume e preço já foram acertados.